Hilário Silva: “Estou a colher os frutos”

PorDulcina Mendes,30 set 2018 8:59

​O jovem cantor Hilário Silva lançou no mês de Agosto passado o tema “Nos tud tem Direito”. Esta música foi feita no âmbito da campanha nacional da celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O tema refere-se a alguns princípios básicos dos direitos humanos como a igualdade e a liberdade. Hilário Silva é uma das caras da campanha, tendo também gravado um spot alusivo à iniciativa, que consiste na divulgação de materiais de Informação, Educação e Comunicação, na realização de acções de sensibilização nas escolas e comunidades, e na capacitação de jovens activistas.

“Ser cara dessa campanha para mim tem um significado muito especial pois é a forma como os outros estão a ver o meu trabalho. É a minha visão do que é ser um músico. Porque, para mim, ser músico é ser uma pessoa activa na sociedade, uma pessoa que é um espelho para os outros”, explica Hilário Silva.

Para o jovem artista, o facto de ser escolhido para ser a cara dessa campanha é algo gratificante. “Para os artistas é uma grande responsabilidade porque temos que ser os mais correctos possíveis”.

Essa campanha visa promover o conhecimento e o debate sobre a história, princípios e artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas também estimular a população cabo-verdiana a interiorizar esses princípios no quotidiano e reconhecer a responsabilidade de todos na promoção e defesa dos direitos humanos, com vista ao desenvolvimento, organização, coesão e estabilidade social em Cabo Verde.

“Acredito ainda que precisamos cada vez mais de conhecer os nossos direitos. Em Cabo Verde, para além de todas as campanhas que já foram feitas, penso que ainda há falta de maior divulgação dos direitos humanos”, afirma.

Por isso, em conjunto com a Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania (CNDHC), o artista disse que quer levar a Declaração Universal dos Direitos Humanos para as escolas e à sociedade em geral. “Temos que transmitir os valores e ensinamentos aos mais novos e levar essa declaração sobretudo para aqueles que ainda não ouviram, para ficarem mais informados”, sublinha.

Actividades

Hilário Silva avança que está a fazer, juntamente com a CNDHC, o plano de divulgação dessa música. “Estamos a trabalhar nisso e ver a melhor forma de divulgar essa música. Penso que faremos muitos eventos e campanhas. Fizemos um videoclip que irá passar na televisão e a música já está a ser tocada nas rádios”.

A iniciativa é promovida pela Comissão Nacional para os Direitos Humanos e a Cidadania, com o financiamento da União Europeia (UE), no âmbito do projecto “Promovendo os direitos humanos e laborais através do GSP+”, e do Sistema das Nações Unidas (NU) em Cabo Verde.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a 10 de Dezembro de 1948, no rescaldo das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial. O documento define os 30 direitos básicos de todos os seres humanos em todos os lugares, independentemente de qualquer condição, e está traduzido em mais de 500 línguas.

Ainda no âmbito dessa celebração, a CNDHC e o Movimento Jovens pela Paz encerraram no dia 15 deste mês, no bairro da Fazenda, na cidade da Praia, a iniciativa “Direitos Humanos não vão de Férias 2018”. Esta iniciativa tem como objectivo desafiar a população a ler artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos em espaços públicos.

E, na passada quinta-feira, 20, foram lançadas 30 vídeos dessa campanha. É uma série de vídeos alusivos à Declaração Universal dos Direitos Humanos que irão integrar a campanha. O lançamento aconteceu na cidade da Praia e contou com a participação especial do jovem artista Hilário Silva.

Primeiro álbum

No ano passado (2017), Hilário Silva lançou o seu primeiro álbum “Boas Palavras”. O disco é formado por dez temas originais. O jovem artista garantiu que esse seu primeiro trabalho está a ser como início de uma longa estrada. ”Está muito interessante, comecei a ganhar o meu espaço. Há pessoas que me associam às mensagens, sentimentos, e isso para mim é muito gratificante”.

“É por causa do meu álbum que recebi a proposta da Comissão Nacional dos Direitos Humanos e Cidadania e isso vai abrindo muitas portas. Sou uma pessoa de acreditar e acreditei que tinha algo para dizer, tinha uma opinião a dar e agora estou a colher os frutos”, assegura.

Em Cabo Verde o álbum já foi apresentado na cidade da Praia, na ilha da Boa Vista e em São Vicente. “O meu álbum está a levar me para vários lugares. No ano passado foi apresentado na Holanda, Portugal e Espanha, e fui para uma formação nos Estados Unidos”.

O artista quer levar esse seu primeiro trabalho discográfico para outros palcos, se bem que no momento está mais focado na divulgação da música dos Direitos Humanos. No entanto, anuncia que está a trabalhar num próximo álbum.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 878 de 26 de Setembro de 2018.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Dulcina Mendes,30 set 2018 8:59

Editado porAndre Amaral  em  1 out 2018 7:26

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.