Com o encerramento do Atlantic Music Expo (AME) acontece a abertura da 12ª edição do Kriol Jazz Festival. O certame que está de volta depois de três anos interregno, devido à pandemia da COVID-19 e vai homenagear o artista Nhonhô Hopffer Almada com alguns momentos marcantes.
A 12ª edição do KJF arranca com actuação de dois artistas africanos como Orchestra Baobab, do Senegal e Pamela Bagad Jogo, do Gabão.
Na sexta-feira, 14, o palco do Kriol Jazz Festival será de Tcheka (Cabo Verde) que vai apresentar o seu novo álbum, de seguida teremos Roosevelt Collier (EUA), Luedji Luna (Brasil) e Bamba Wassoulou (Mali).
No sábado, 15, o show começa com Lucibela (Cabo Verde), depois o palco será de Dee Dee Bridgewater (EUA), ASA (Nigéria) e Doctor Prats (Espanha).
Artistas
Tcheka
A música de Tcheka faz referência a uma variedade de estilos musicais cabo-verdianos, incluindo batuku, funaná, finason, tabanka, morna e coladeira, mas também faz malabarismos com influências do Brasil e da África, estilos musicais tradicionais, folk, jazz, blues, rock, literatura, antropologia, e as artes.
O sexto álbum de Tcheka, Epera Mundo, com lançamento previsto para 2023, é o reflexo da sua permanente inovação e engenho, que utiliza para reimaginar um mundo melhor e transmiti-lo através da sua arte.
Tcheka reuniu um grupo de músicos poderosos para o Kriol Jazz Festival, que foram criados no jazz francês e cubano e têm um senso irrestrito de improvisação e adaptação.
Lucibela
Natural da ilha de São Nicolau, Lucibela passou a sua juventude em São Vicente, onde deu os primeiros passos na música. Contudo foi na cidade da Praia, ilha de Santiago que despontou como artista.
Em 2018, lançou o seu primeiro álbum, “Laço Umbilical”. O trabalho discográfico, que conta com a produção musical de Toy Vieira, com temas originais de álbuns nomes da música cabo-verdiana, como Manuel de Novas, Betú, Jorge Humberto, Mário Lúcio e Elida Almeida.
Ao longo dos treze temas que compõem “Laço Umbilical”, a cantora mostra a sua paixão pelas ilhas do arquipélago.
No ano de 2022 lançou o segundo álbum que marca a estreia de Lucibela como compositora. Alguns destes temas são inéditos e são vários os compositores e autores cabo-verdianos de diferentes gerações que colaboraram no álbum. É o caso de Nhelas Spencer, Luís Lima, Toy Vieira, Tibau Tavares, Elida Almeida, Ary Duarte e Daya.
O trabalho conta com um bolero do compositor e artista cubano Emilio Moret e ainda um tema de um cancioneiro popular cabo-verdiano. Assim como o primeiro trabalho, “Laço Umbilical”, o álbum “Amdjer” também foi produzido por Toy Vieira, embora os dois trabalhos diferem na produção, uma vez que “Laço Umbilical” foi produzido à base de cordas e na nova produção, “Amdjer”, participa o piano, o saxofone e o baixo que trazem as sonoridades de mornas e coladeiras, mazurca, batuku lento e bolero.
Dee Dee Bridgewater (EUA)
Dee Dee Bridgewater ascendeu aos escalões superiores dos vocalistas ao longo de uma carreira multidimensional de quatro décadas, pondo o seu toque único e característico no tradicional, bem como dando intrépidos saltos de fé na reformulação de clássicos do jazz.
Sempre a destemida viajante, exploradora, pioneira e defensora da tradição, a três vezes vencedora de Grammy ganhou recentemente o Grammy de Melhor Álbum Vocal de Jazz com Eleanora Fagan (1915-1959): To Billie With Love From Dee Dee.
A carreira de Bridgewater sempre abrangeu múltiplos géneros musicais. Ela iniciou profissionalmente como membro da lendária Thad Jones/ Mel Lewis Big Band, e continuou a actuar com grandes nomes do jazz como Max Roach, Sonny Rollins, Dexter Gordon, e Dizzy Gillespie ao longo dos anos 70.
Após uma breve passagem pelo mundo pop na década de 1980, mudou-se para Paris e retornou às suas raízes no jazz. Bridgewater começou a autoproduzir com o seu álbum Keeping Tradition (Polydor/Verve) de 1993 e estabeleceu a DDB Records em 2006, após assinar como produtora com a Universal Music Group (Bridgewater produz todos os seus próprios CDs).