António Baptista, que falava à imprensa momentos antes de participar na conferência: “os desafios globais da pandemia da covid-19”, promovida pela Presidência da República, no âmbito da X edição da Semana da República, reconheceu que muito está a ser feito mas que, em momento de crise, o esforço deve ser muito maior.
“Exige-se do Governo um esforço muito maior do que tem sido feito. Esse é que é o grande desafio que temos em Cabo Verde, quais são as políticas públicas que vão restabelecer a confiança das famílias e das empresas no sentido de retomarem os investimentos necessários e o nível de consumo que vai suportar o crescimento económico”, defendeu.
Segundo o avançou, no caso de países pequenos como Cabo Verde o impacto é grande quer a curto prazo quer a longo prazo, sendo que as deficiências estruturais não são corrigidas apenas por políticas conjunturais implementadas.
Entende que é necessário estabelecer políticas públicas que possam restabelecer a confiança e o crescimento económico, sendo que a confiança é um dos ingredientes mais importante da economia.
“No meu modo de ver é colocar dinheiro nas mãos das pessoas, porque o dinheiro nas empresas é o fim, não um meio. O meio são as famílias e pode apoiar as famílias”, referiu o professor que disse que ao investir nas famílias, as mesmas vão aumentar o consumo e as empresas vão receber esse dinheiro, vão estabelecer o seu fluxo de caixa, volume de seu negócio e criar uma espectativa positiva.
O economista defendeu que o Governo deve implementar políticas económicas, mas também sociais no sentido de garantir um certo conforto às famílias.
“As famílias têm de acreditar num futuro melhor e esse futuro é que vai incentivar o consumo, e esse nível de consumo gera espectativas positivas para os empresários que vão sentir que as coisas estão a melhorar para fazer investimentos, e irá permitir retomar a dinâmica de crescimento económico”, precisou.
Durante a conferência foram debatidos, também, os temas “pandemia e o ensino: impactos e desafios da transição digital pandemia” e a “liberdade e inclusão social”.