Para Ulisses Correia e Silva, que presidiu à cerimónia de lançamento dos trabalhos, o terminal de cruzeiros é importante para a ilha do Monte Cara, pelo seu valor e impacto a nível turístico.
“Potenciar com investimentos deste tipo aquilo de que São Vicente precisa, de facto: escala e dimensão em termos de turistas que possam visitar, gastar, entreter-se, ter acesso a serviços e a produtos diversos e viabilizar mercados, desde agroalimentar, das indústrias criativas, produtos de pesca, transformar o carnaval numa indústria de facto", considera.
O chefe do executivo refere que o Terminal de Cruzeiros vai permitir, dentro do conceito da Zona Económica Especial de Economia Marítima (ZEEM), complementaridades e integração das economias do Norte do país. Ulisses Correia e Silva diz que a zona do Porto Grande está destinada a ser especializada no transporte de passageiros do turismo de cruzeiros, de iates e de acomodação de eventos internacionais, nomeadamente ligados ao desporto náutico.
“Estamos a trabalhar para que, em 2023, por esta altura, tenhamos em Mindelo a maior regata do mundo, a Ocean Race. Não será apenas um momento em que receberemos a regata, que vem trazer notoriedade e colocar São Vicente no mapa dos desportos náuticos internacionais. É mais do que isso, porque estamos a preparar um conjunto de investimentos para que São Vicente seja dotada de uma zona infraestruturada para receber outros eventos ligados ao mar”, afirma.
Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, defende que é preciso continuar a mostrar que o crescimento económico e social do país passa pelo desenvolvimento e disseminação ampla do mar, da tecnologia e da inovação.
“Temos hoje a noção de que é fundamental o mar no desenvolvimento da nossa terra, desde a criação de novas empresas, atracção de investimentos, na geração de emprego e promoção da qualidade de vida da população. O turismo e as actividades marítimas têm, entre nós, uma relevância histórica e nalguns sectores apresentam um elevado potencial de desenvolvimento devido às características naturais das ilhas e infraestruturas existentes”, realça.
O Governo estima que o terminal permitirá receber anualmente 200 mil turistas de cruzeiro.
Os trabalhos vão envolver a reivindicação de uma área de terra, denominada “Ponte Terrestre”, com 2.700 metros quadrados (m2), e a dragagem de aproximadamente 124.000 metros cúbicos na bacia portuária e no canal de acesso.
Entre outras características, o projeto prevê a construção de um pontão de atracação de 400 metros de extensão, com 11 metros de profundidade, e outro de 450 metros, com 9,5 metros de profundidade, além de um cais com uma largura de 12 metros, uma gare de passageiros, uma vila turística e uma zona imobiliária.
Prevê também a construção de um edifício de recepção aos turistas, com cerca de 900 m2, designado por “Visitor Welcome Center” e instalações com 6.150 m2 para estacionamento de táxis e autocarros de apoio.
A obra é cofinanciada pelo Fundo Orio, dos Países Baixos, e pelo Fundo OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para o Desenvolvimento Internacional.