Proteger cubanos legalmente em Cabo Verde?

PorMovimento SOS Cuba,24 abr 2022 16:33

Segundo a Convenção de Viena, uma Embaixada é a missão diplomática de representação permanente de um Estado noutro, servindo como intermediário em todos os assuntos entre ambos e; conta com várias secções, entre elas, a consular; do Direito do Estado de proteger a seus nacionais.

Nem a embaixada e, entenda-se também o/a Embaixador(a); nem a secção consular ou consulado, entenda-se, Encarregado(a) ou Cônsul, tem no leque de funções a de promover que seus nacionais criem associações como comunidade no país de residência.

Faz pouco mais de ano e meio, a Embaixadora cubana em Cabo Verde, aproveitando a realização de uma “atividade cultural”, propôs aos cubanos residentes presentes que criaram uma associação. O tempo passou e nada foi criado.

Recentemente, o Cônsul de Cuba em Cabo Verde tem enviado várias mensagens a um grupo de cubanos residentes promovendo, com muita jovialidade juvenil, a criação de uma associação de cubanos residentes neste país. Como podemos interpretar esta preocupação da missão diplomática cubana em Cabo Verde para que a comunidade cubana residente neste país crie uma associação promovida por estes diplomáticos? Por que tanto interesse agora?

A resposta, que os cubanos bem conhecemos, foi dada pelo próprio cônsul cubano no convite enviado a um grupo de cubanos “Hoje teremos uma atividade na Embaixada para criar a Associação de Cubanos em Cabo Verde, o que os protegerá legalmente neste país”

Sr. Cônsul, os cubanos que residimos em Cabo Verde temos o privilégio que milhões de cubanos que vivem em Cuba não têm. VIVEMOS NUMA DEMOCRACIA. Aqui existem leis para todos. Sendo um Estado de Direito, a Constituição da República de Cabo Verde protege a todos os cabo-verdianos e estrangeiros residentes. Se quer ajudar e proteger de verdade aos cubanos residentes em Cabo Verde, promova essa “associação” para proteger-nos legalmente do regime cubano e da sua DITADURA!

À missão diplomática cubana nunca lhe importou as vicissitudes dos nacionais emigrados. Pelo contrário, os que deixamos a nossa Cuba nos tiraram as nossas propriedades, os nossos direitos como cubanos, a nossa liberdade para regressar quando quiséssemos e muitos até perderam a mísera pensão de aposentação pela que descontaram durante toda a sua vida laboral.

Também não se importa quando nos obrigam a solicitar no Consulado, uma autorização de entrada no valor de 50 euros para entrar no nosso próprio país podendo, incluso, ser denegado por esse Consulado que agora está muito interessado em criar uma associação de cubanos em Cabo Verde. Nem se importa quando nos cobra 180 euros por fazer ou renovar nosso passaporte (com valide de 6 anos) além de cobrar-nos 90 euros cada dois anos durante o período de validade desse mesmo passaporte. Nem os 40 euros mensais que lhe cobra ao cubano que viaja de visita a Cabo Verde ou a outro país, durante toda sua estadia (os cubanos estão autorizados a estar fora do país apenas 2 anos), sob pena serem declarados emigrantes e não poder regressar a sua terra e perder seus diretos.

Esta missão diplomática também não se importa que um médico cubano colaborador em Cabo Verde esteja proibido de optar por residir permanentemente neste país e formar parte da comunidade cubana que aqui mora, porque el regime o considerará desertor e o condenará a pena de prisão. O médico colaborador está proibido de formar parte dessa comunidade de cubanos em Cabo Verde que agora, a missão diplomática cubana quer persuadir para criar uma associação.

O povo cubano está a sofrer a pior crise económica, social, política e humanitária desde o início da ditadura castrista e de toda a sua história. As filas para comprar algo que pôr na boca ou para manter um mínimo de higiene, podem ser de até 10 horas de espera; sem contar que têm que dormir desde a noite anterior na rua ou num duro piso e a céu aberto e, regressar a casa com as mãos vazias. Os preços desses produtos são, na sua grande maioria, em moeda estrangeira, pelo que apenas os que têm familiares e amigos próximos emigrados poderão sonhar com essa possibilidade porque os preços estão superinflacionados.

O povo cubano tem que comprar no mercado negro, a preços estranguladores, as seringas, o algodão, o cateter, o bisturi, os medicamentos e tudo o necessário para seu internamento num hospital (incluindo comida para médicos e enfermeiros), embora a ditadura continua espalhando que la saúde é gratuita e que é uma potência médica. O povo cubano tem que transportar num carrinho de mão dos utilizados na construção, a seu familiar doente porque não tem ambulâncias. A razão não é porque existe um demonizado “embargo do imperialismo norte-americano” porque, de existir, é um embargo muito seletivo: não tem embargo para a compra de carros e equipamentos para a policia, grupo anti distúrbios ou para policia política, nem também para luxosos hotéis nem para os hospitais que vendem os serviços médicos em divisas. Também não tem embargo para a vida de luxo dos altos cargos dirigentes do país e de seus familiares.

O povo cubano está a sofrer por ver que seus seres queridos são sentenciados a altas condenas de prisão (até 30 anos) por ter gritado ¡PATRIA E VIDA! ¡LIBERDADE! ¡TEMOS FOME! e outras frases muito típicas da cultura cubana. Condenados até 30 anos de prisão depois de ter sido apaulados, apedrejados, golpeados, torturados pelo regime e seus apoiantes. Entre os centenares de cubanos condenados estão menores de 18 anos e pessoas com doenças psiquiátricas e outras doenças de risco que não estão sendo assistidos nem medicados.

Mas, os responsáveis da missão diplomática cubana estão muito motivados em mobilizar à comunidade cubana residente em Cabo Verde para criar uma associação que esteja sob seu controlo e poder manipulá-la e dirigi-la, tal e como o faz a Ditadura com todas as associações em Cuba. A própria Constituição cubana assim o estabelece, só podem ser criadas associações que estejam dentro da legalidad socialista.

O regime cubano, através da sua missão diplomática quer “persuadir” a alguns cubanos residentes em Cabo Verde para criar uma associação “socialista, comunista, marxista-leninista e fidelista” e assim contra restar a força e a garra de SOS CUBA EM CABO VERDE, integrado por CUBANOS PATRIOTAS que querem ver a sua terra livre e próspera e que seus familiares, amigos, vizinhos e compatriotas possam usufruir de uma vida digna, sem mendigar para comer e, que possam sonhar com um futuro melhor fruto do seu trabalho. SOS CUBA EM CABO VERDE LUTA PELA LIBERDADE DE TODOS OS CUBANOS.

Uma pregunta, esses cubanos residentes em Cabo Verde que sejam “persuadidos” pelos diplomáticos cubanos para formar parte dessa “associação comunista” também farão o mesmo? Exigirão ao governo cubano uma vida digna para seus familiares? Exigirão ao Regime o respeito dos direitos humanos, civis, políticos e cidadãos de todos os cubanos? Exigirão à Ditadura que os presos políticos regressem a seus lares e com os seus? Lutarão por uma Cuba LIBRE e PRÓSPERA, por uma CUBA SEM DITADURA? Exigirão PÁTRIA E VIDA???

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Autoria:Movimento SOS Cuba,24 abr 2022 16:33

Editado porAlexis Cardoso  em  25 abr 2022 7:28

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