Historicamente, o ferromagnetismo, caracterizado por campos magnéticos externos fortes – como os observados em ímanes de frigoríficos e agulhas de bússolas – era o único tipo conhecido de magnetismo permanente.
Contudo, na década de 1930, o físico francês Louis Néel identificou o antiferromagnetismo, onde os spins dos eletrões alternam direcções, diferindo dos ferromagnetos por não apresentarem campos magnéticos externos.
Em 2019, conta o zap.aeiou.pt, surgiu a previsão de uma nova corrente elétcrica, o efeito Hall anómalo, em antiferromagnetos, que não se encaixava nas teorias convencionais e sugeriu a possibilidade de um terceiro tipo de magnetismo: o altermagnetismo, que se caracteriza por uma disposição dos spins que se mantém uniforme sob rotação e que explica o efeito Hall anómalo.
Agora, uma equipa de investigadores liderados por Juraj Krempasky, do Instituto Paul Scherrer, na Suíça, confirmou este novo tipo de magnetismo ao estudar a estrutura electrónica do telureto de manganês – um material considerado antiferromagnético.
Como detalha a New Scientist, a pesquisa envolveu a análise da interação da luz com o material, a fim de compreender as energias e movimentos dos eletrões dentro dele.
Os resultados coincidiram com as previsões teóricas para altermagnetos, mostrando que os eletrões nestes materiais estão divididos em dois grupos que lhes permitem maior mobilidade e a manifestação das propriedades altermagnéticas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1160 de 21 de Fevereiro de 2024.