Vasco Martins será homenageado no Dia Nacional da Cultura

PorDulcina Mendes,13 out 2016 6:00

O músico e compositor Vasco Martins será homenageado, no Centro Cultural Português Polo do Mindelo, no Dia Nacional da Cultura, que se assinala a 18 deste mês. Este ciclo de homenagens às figuras da cultura e artes de Cabo Verde, teve início no ano passado [2015], onde foi laureado, a título póstumo, o compositor Manuel d’Novas. 

O Centro Cultural Português Polo do Mindelo, segundo uma nota enviada à comunicação social, escolheu este ano o compositor Vasco Martins, porque ele tem marcado o panorama musical do pós-independência com o seu percurso único.   

A acompanhar a homenagem solene, haverá, na mesma semana, um concerto intimista com o próprio músico. No dia do evento acontece uma intervenção do jornalista Fonseca Soares sobre a vida e obra de Vasco Martins, haverá ainda a entrega de uma escultura de Fernando Morais, ao homenageado, alusivo ao acto e ao Dia Nacional da Cultura. De seguida acontecerá um concerto com convidados especiais. 

Vasco Martins nasceu em Portugal, filho de mãe portuguesa e pai cabo-verdiano. Com nove anos de idade, veio para Cabo Verde, para a cidade do Mindelo, onde cresceu e aprendeu os seus primeiros acordes musicais. Vasco Martins sempre se inspirou na terra que o acolheu.

A vivência das suas gentes, aliada ao meio envolvente e ao ambiente musical, foram o trampolim da sua força criativa, progressista e musicalmente revolucionária. Com concertos em países como Portugal, França, Austrália, Colômbia, Brasil, República Checa e Japão, Vasco Martins é o único sinfonista de Cabo Verde.

Foi no princípio dos anos 80 que Vasco Martins adquiriu em Paris os primeiros sintetizadores. Deu o primeiro concerto de música electrónica em Cabo Verde, convidado pelos Tubarões, no espaço ‘Di Nôs’ (1982). Concerto que ficou na memória de muitos, sobretudo devido ao tumulto gerado na plateia que pela primeira vez ouvia tal estética musical.

A partir dessa data Vasco Martins começou, a par de outras estéticas musicais, a dar concertos, sobretudo na Galeria Nhô Djunga. Em 1986 gravou nos estúdios da Rádio em São Vicente o agora lendário ‘Universo da Ilha’ que vai ser editado em vinil, em Barcelona. 

Em 1991 gravou o primeiro CD de música electrónica, ‘Memórias Atlânticas’, editado pela UPAV em Lisboa, seguindo-se a série de mais três CD’s, projecto que o músico português José Mário Branco chamou ‘South Bound Music’.

Vasco Martins deu então em Lisboa uma série de concertos dentro da estética chamada New Age/Ambient, passando pelo Teatro São Carlos e terminando no Teatro São Luiz.

Mereceu da imprensa portuguesa uma atenção elegante. Em seguida editou mais seis CD’s New Age, editados pela Mélodie, exceptuando Benlibem e Apeiron, que foram ‘own production’.

A imprensa alternativa internacional, sobretudo nos Estados Unidos da América, Austrália, Coreia do Sul, Espanha e Rússia, foram unânimes em situar a música para sintetizadores de Vasco Martins ao lado dos melhores músicos que se dedicam a essa estética.                   



Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 775 de 05 de Outubro de 2016.

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Autoria:Dulcina Mendes,13 out 2016 6:00

Editado porExpresso das Ilhas  em  31 dez 1969 23:00

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