O filme teve a sua esteia mundial no festival Cine Fest Lusomundo em Bruxelas, em Outubro deste ano, e estreia nacional em São Vicente, no Festival de Cinema da UE-PALOP, no final de Novembro.
“Sukuru” é um thriller psicológico sobre Jiló, um jovem esquizofrénico, toxicodependente, que acredita falar com Deus. Numa conversa com o Expresso das Ilhas, via e-mail, Samira Vera-Cruz explicou que o filme surgiu após uma reflexão e pesquisa relativamente à problemática da saúde mental em Cabo Verde.
“Um dia sonhei com a ideia e comecei a escrever. Em paralelo com a história, que é completamente ficção, falei com psiquiatras e psicólogos para que a parte que diz respeito à esquizofrenia fosse mais credível. Depois de escrito o guião reuni a equipa da minha produtora Parallax Produções e mais pessoas que se foram oferecendo para ajudar e fizemos o filme”, explicou.
“Sukuru” foi filmado na cidade da Praia nos bairros Bairro Craveiro Lopes, Achada Santo António, Plateau e Palmarejo.
A produtora espera que o filme faça com que as pessoas reflitam sobre essa problemática. “A minha expectativa é que o filme faça as pessoas pensar. Não é um filme «bonito», no sentido que não é uma história feliz nem politicamente correcto, mas é algo que acontece no nosso país e que muitos de nós desconhecemos ou escolhemos ignorar. Sei que as pessoas não vão ficar indiferentes. Podem detestar ou adorar mas a intenção é que as faça pensar e colocar-se na pele dos que mais precisam de nós”.
Além disso, a ambição da produtora é inscrever o filme nos vários festivais de cinema. “A nossa intenção é de inscreve-lo em festivais de cinema pelo mundo sendo os dois destinos previstos para o próximo ano Portugal, Moçambique e Brasil”.
Samira Vera-Cruz estudou cinema na Universidade Americana de Paris, produziu e realizou a sua primeira curta-metragem de ficção “Buska Santu” no ano passado, que foi seleccionada, no mesmo ano, para o Cape Verde International Film Festival que acontece na Ilha do Sal e para o Plateau – Festival Internacional de Cinema da Praia.
Ainda no ano passado, a jovem produtora criou a sua própria produtora Parallax Produções.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 837 de 13 de Dezembro de 2017.