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Em declarações à Inforpress, Ary Kueka explicou que “Sampadiu”, que dá nome a um dos singles, é uma mistura da linguagem, estilo e ritmo (tabanca, morna, funaná) de todas as ilhas e, portanto, engloba sampadjudo e badio.
O músico disse ainda que o álbum, que conta com 12 faixas, duas das quais são inéditas, retrata toda a sua experiência e vivência sentida nas ilhas do arquipélago, tendo destacado “Mambia” que é uma homenagem a sua falecida avó.
Destacou também “rimas sem valor” que fala do “amor que rima com dor, mas é uma rima sem valor”, “escravatura moderna” que fala como ainda a nação cabo-verdiana tem “tendência” para ser “dependente” de outros povos.
“Há também uma faixa designada “recicla” que fala que nós seres humanos reciclamos lixo, mas não estamos a reciclar a nossa consciência e os sentimentos, nomeadamente, o amor ou seja reciclamos o material e o imaterial não”, reflectiu o artista.
O músico conta que está no mundo da música desde criança, mas só agora a oportunidade da gravação do disco surgiu e até já tinha pensado em desistir.
“Eu estava mais focado nas composições, artistas de renome como Tito Paris, Ceuzany já gravaram composições minhas. Estava mais a compor porque não tinha tido oportunidade de gravar disco, mas o Ministério da Cultura, abraçou este projecto e o próprio ministro Abraão Vicente me incentivou a não desistir”, frisou.
Ary Kueka conta que o álbum é a representação de um sonho realizado, pelo que espera que o mesmo tenha o seu espaço no mercado musical e que a mensagem seja transmitida e compreendida, descerrando assim outras portas.
