Trata-se do segundo single do seu EP “Autofagias”, que estará no mercado ainda este ano.
Neste single, o artista convida-nos a reflectir sobre a problemática do colorismo, “uma forma disfarçada de preconceito ou discriminação, em que pessoas que geralmente são membros do mesmo grupo etno-racial são tratadas de forma diferente com base em implicações sociais que vêm com os significados culturais ligados à cor da pele”.
“O Badio Branku'', segundo o artista, é um single declaradamente político, “que por sinal, é também a minha condição humana no mundo”.
“Passo a explicar. Ao ser afecto às temáticas afro-futuristas, que me conduziram à criação do movimento artístico e estético que denominei CV Futurismo, uma das prerrogativas que me orientam é o desmembramento do conceito do tempo, ou pelo menos, dos fluxos temporais como nos foram dados. Passado, presente e futuro são permeáveis e intercambiáveis. Badio Branku denuncia o presente a partir do passado”, indica.
Djam Neguin explica que nesta canção há uma exposição de um estado de coisas e há uma incitação “cabal pra luta”, a pele é “disputa”. “É um single sobre a urgência de comunicar, de se juntar a vozes que abriram caminhos para que hoje possam também ecoar”.
“Este single é obviamente um reflexo dos tempos. Um tempo de acordamento, que para mim aconteceu muito recentemente e que não mais se inverteu. Um tempo em que as nossas pautas enquanto artistas e criadores são decisivas para o rumo do planeta que todos partilhamos. Sustentar a coerência de produzir na materialidade aquilo que temos como princípio ético e moral através daquilo que sentimos e que sabemos que não faz mais sentido deixar vingar. Não faz mais sentido deixar prevalecer a história única, as supremacias. Somos a geração mais privilegiada com acesso a conhecimento e a informação. O que vamos fazer com isso vai ser decisivo”, acrescenta.