O convite partiu da Liga Marroquina de Escritoras que pretende criar essa organização literária pan-africana.
O congresso vai realizar-se sob o tema "Construindo Pontes de Parceria Cultural Africanas”. No congresso, a autora vai abordar, entre outras questões, a temática da literatura feita por mulheres em Cabo Verde.
“Falarei sobre a situação das mulheres escritoras em Cabo Verde, mas também abordarei processos emancipatórios da mulher, abordarei também as ligações que me prendem muito especialmente a Marrocos”, afirma.
Vera Duarte defendeu que as escritoras cabo-verdianas têm contribuído muito para a vitalidade do panorama literário cabo-verdiano. “Neste momento, estamos a viver um momento de alguma vitalidade da escrita de mulheres no panorama literário nacional, até parece que – alguém já disse isso e concordo – talvez dos aspectos mais expressivos do actual momento que vive a literatura cabo-verdiana seja exactamente essa presença tão significativa de mulheres.
A escritora estreou-se na literatura em 1993, com o livro de poesia Amanhã Amadrugada, seguindo-se O arquipélago da paixão (2001), Preces e súplicas ou os cânticos da desesperança (2005), Exercícios Poéticos (2010), Risos e Lágrimas (2018).
A Candidata (2004), Prémio Sonangol de Literatura, Matriarca – Uma história de Mestiçagens (2017) e A Vénus Crioula (2021) são os três romances da escritora cabo-verdiana, activista dos direitos humanos que, em 1995, recebeu o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa.
Vera Duarte, ex-presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras e membro da Academia de Ciências de Lisboa, foi premiada em 2001 com o Prix Tchicaya U Tam'si de Poesia Africana. Em 2021 foi uma das autoras distinguidas com o Prémio Literário Guerra Junqueiro Lusofonia em 2021.