Tcheka encanta público com temas do novo álbum “Espera Mundo”

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,15 abr 2023 10:33

​O artista, compositor e intérprete cabo-verdiano Tcheka, o primeiro a actuar na noite de sexta feira, 14, na 12ª edição do Kriol Jazz Festival, atraiu os olhares atentos do público, ao mesmo tempo encantou e vibrou com um repertório especial.

O músico cabo-verdiano conhecido internacionalmente por se apresentar acompanhado da sua guitarra rústica brindou o público com três das oito faixas “inéditas” da sua autoria, do sexto álbum intitulado “Espera Mundo”.

Além de cantar as músicas que representam o sucesso dos 24 anos de carreira do artista, Manuel Lopes Andrade (Tcheka) escolheu presentear os fãs com os temas “Cetam”, “Espera Mundo” e “Mar de Fogo” que constam do recente disco.

“Há anos que muitos fãs estavam à minha espera, como compositor e músico estava com ansiedade de mostrar, porque as pessoas no lugar de fãs exigem muito, e como compositor precisava ver o que já fiz e o que necessitava ser feito, o que eu quero e vou fazer”, explicou, sublinhando que durante este tempo, estava a trabalhar nas novas letras, a refazer para ter o resultado apresentado hoje.

Na actuação, que iniciou aos exactos 08:30 da noite, Tcheka foi o primeiro a subir ao palco, e numa mistura de linguagens e estilos tradicionais da música de Cabo Verde manifestou a importância deste regresso tocando outros instrumentos como a bateria e o contrabaixo, numa sonorização mais aberta da música.

O artista, que não marcava presença no espectáculo desde 2009, disse estar “feliz” por ter trazido ao palco nacional algo novo, garantindo que o mundo pode esperar um Thecka com projectos diferentes, inovadores, como o primeiro álbum entregue há mais de 20 anos.

“Estou muito feliz por trazer algo fora do formato que escutavam, porque é um projecto novo e que permite dar abertura e coragem aos músicos”, revelou, informando que o grupo de músicos do Kriol Jazz foi criado no jazz francês e cubano.

De entre os repertórios, o músico cantou uma morna do álbum, que, no seu entender, representa “a sua forma de tocar e entender a morna”.

De seguida, foi a vez do instrumentista natural de Flórida, Estados Unidos da América, Roosevelt Collier, um virtuoso do lap Steel (guitarra eléctrica) que considerou cantar no kriol Jazz Festival, pela primeira vez, como um “sentimento incrível”.

“Estivemos três anos à espera para estar aqui, esperei a vida toda para participar neste evento, e hoje estou aqui, consegui, e não há palavras para exprimir o sentimento que está aqui dentro, estar no palco foi incrível, foram várias horas no avião para estar no palco com grandes performances e óptimas pessoas e estou muito grato”, disse orgulho, agradecendo ao povo cabo-verdiano pela calorosa recepção.

Na esperança de novamente pisar o KJF, realçou que gostaria de participar em outra edição, acrescentando que pretende fazer uma visita para conhecer de perto as pessoas.

A compositora e cantora brasileira Luedji Luna, uma das atrações da noite desta sexta-feira, 14, do Kriol Jazz Festival, subiu aos palcos poucos minutos antes da meia noite, sucedendo a actuação do músico cabo-verdiano Tcheka e deRoosevelt Collier dos EUA, cantando várias composições com destaque para o single “Banho de Folhas”, um dos sucessos da artista há cinco anos.

“Eu escuto a música cabo-verdiana, tenho vários artistas como referência que depois acabaram virando amigos, sempre tive vontade de conhecer esta terra. O primeiro país que eu fui em África foi Quénia e já produzi disco lá, mas Cabo Verde sempre foi o sonho porque parece muito com o Brasil, me vi como um espelho aqui” esclareceu, classificando a apresentação e o público como “quente”, numa combinação de pessoas empolgadas e outras observadoras e reflexivas, referindo que acolheu e cantou as músicas da lista.

Segundo a artista, Cabo Verde possui uma similaridade com a cultura brasileira, como o caso das músicas que são muito ouvidas, hoje, pelos cabo-verdianos.

Luedji Luna que colecciona vários duetos com artistas internacionais, avançou que, em colaboração com as “lendas da música popular brasileira” Ivete Sangalo e Caetano Veloso, saiu directo da comemoração dos 474 anos da terra natal, Salvador, Bahia, para actuar no palco do maior espectáculo de jazz do arquipélago.

A mesma indicou Cesária Évora e Mayra Andrade, esta última que conheceu no Brasil e com quem tem uma relação próxima, como as referências da música cabo-verdiano, aproveitando a ocasião para adiantar ainda que fez, recentemente, um “feat” com o Dino D´Santiago.

“Fiz uma música com o Dino e será conhecido pelo mundo brevemente. O Brasil tem essa ponte invisível e ligação ancestral com Cabo Verde. Temos este sonho de pisar na terra mãe, em semelhança à própria história tem a miscigenação de vários povos africanos, portugueses, o uso da língua portuguesa, isso faz a gente muito parecido culturalmente e até fisicamente”, asseverou.

O encerramento do espectáculo da segunda noite do KJF, à 01:00 da madrugada, foi do artista Bamba Wassoulou (Mali) que ao som de ritmos “electrizantes” animou o público e abrilhantou a noite.

O mesmo classificou de “muito boa” a performance e disse estar satisfeito com o envolvimento do público, aproveitando para estar perto do povo cabo-verdiano.

E hoje, 15, o show começa com Lucibela (Cabo Verde), depois o palco será de Dee Dee Bridgewater (EUA), ASA (Nigéria) e Doctor Prats (Espanha).

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,15 abr 2023 10:33

Editado porDulcina Mendes  em  16 abr 2023 9:04

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