Segundo a organização, este mote visa mostrar que as artes performativas são, na sua génese e natureza, uma ferramenta para a livre expressão, sem amarras, sem preconceitos, sem medos e um instrumento para abrir mentes e horizontes.
“A pensar nesse mote, liberdade, que toda a programação está a ser preparada, desde há muitos meses, numa espécie de pré-celebração do Centenário do Nascimento de Amílcar Cabral, que se comemora no próximo ano”, realça.
Nesta edição, o Palco 01 manterá a sua identidade, ao apresentar grandes propostas cénicas nacionais e internacionais, sendo de destacar a presença, pela primeira vez, de uma produção da África do Sul, dirigida e interpretada por mulheres.
Flávia Gusmão fechará o ciclo de 5 produções dedicadas à nossa querida activista Samira Pereira, apresentando a sua inquietante criação "Bochizami", com um elenco de várias gerações, com destaque para a premiada atriz nacional Vitalina Varela, que pela primeira vez se apresentará no Mindelo.
Outro destaque já confirmado é a estreia absoluta de uma coprodução entre o Festival Mindelact e o Teatro da Garagem, de Lisboa, uma encenação de Carlos Pessoa da "versão" de Aimé Césaire, o poeta da negritude, do texto de Shakespera, "Tempestade", a que o autor deu o título de "Uma Tempestade";
Conforme a mesma fonte são duas figuras fundamentais do teatro contemporâneo em língua portuguesa, ambas mulheres, também já confirmaram a sua presença na edição deste ano: Joana Craveiro e o seu emblemático (diríamos mesmo, revolucionário) Teatro do Vestido e a sempre provocadora Sara Leitão Barros.
“Estes exemplos, na edição que tem o mote da `Liberdade`, não são fortuitos nem acidentais. São escolhas que pretendem dar voz a quem não a tem ou a quem está a sofrer tentativas de silenciamento, de dar palco a quem não tem palco, promovendo uma reflexão que se pretende ativa e radical”, indica a organização.
O Palco 2 será todo ele dedicado às artes performativas nacionais, com uma vasta mostra de trabalhos cénicos que tem sido construído a partir de, ou com a colaboração, do projecto Tri*Pé Três Ilhas Três Artes. “São espectáculos que serão alvo de vasta promoção junto de programadores de todo o mundo para que a sua internacionalização seja uma realidade, no curto e médio prazo”.