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O evento, que também se insere nas comemorações dos 50 anos da Independência de Cabo Verde, contará com as actuações de músicos como Manel di Candinho, Bau, Tiago Oliveira (Portugal) e Mestre Curica (Brasil), com o suporte de Kaku Alves e Palinh Vieira.
Em entrevista ao Expresso das Ilhas, o mentor do projecto, Admiro Inocêncio, garantiu que os preparativos correm a bom ritmo. “Uma verdadeira celebração da música de cordas, com destaque para o violão, e do legado artístico nacional”.
Admiro Inocêncio disse que, apesar das dificuldades em garantir apoios empresariais e institucionais, o evento conta com o suporte do Ministério da Cultura, Garantia Seguros, Iogurel, Caixa Económica, entre outros parceiros.
“Apesar da expectativa criada por estarmos inseridos nas festividades dos 50 anos de independência, infelizmente não conseguimos o apoio necessário das empresas e autarquias. Ainda assim, seguimos com parcerias importantes e com grande vontade de prestar esta homenagem à altura do legado de Ano Nobo”, afirmou.
Homenagem
Nascido a 1 de Janeiro de 1933, em São Domingos, Ano Nobo foi um dos grandes formadores de músicos e artistas da sua terra natal, tendo marcado várias gerações. O tributo desta sexta-feira será um momento de “união, memória e projecção para o futuro”, sublinha Admiro, destacando o compromisso do projecto com a valorização da cultura e da identidade cabo-verdiana.
Além dos artistas convidados, subirão ao palco o Grupo Coral de São Domingos, liderado por Olívia, e a banda Discípulos de Ano Nobo, composta por filhos e amigos próximos do homenageado. Segundo o mentor do evento, estes músicos sentiram-se profundamente comovidos com a homenagem e aceitaram participar de forma entusiasta.
Durante o evento, será exibido um vídeo documental sobre Ano Nobo e apresentada uma tela artística em sua memória, a ser entregue à família do músico. “Vamos ter um encerramento especial com todos os artistas juntos no palco, numa rabecada que reunirá guitarras cabo-verdiana, portuguesa e brasileira, além da presença inédita de vozes no Master Cordas”, adiantou Admiro.
A sugestão de homenagear Ano Nobo partiu de Manel di Candinho e foi imediatamente acolhida por todos os envolvidos. “Ano Nobo é uma figura de peso da cultura nacional. Há outros nomes importantes e, ano após ano, queremos homenagear diferentes personalidades que marcaram Cabo Verde”, destacou o mentor.
Embora esta edição decorra apenas na Cidade da Praia, a organização manifesta o desejo de levar o projecto a outras ilhas, especialmente São Vicente, como estava inicialmente previsto.
“Queríamos, com todo gosto, fazer esta edição na Praia e em São Vicente. Em São Vicente, nem a Câmara, nem empresas locais não se envolveram. Então acabamos por focar e fazer esta edição só na Praia”, explica.
Admiro Inocêncio garante que o projecto não é só dele, mas de todos que querem fazer parte.
“O Master Cordas é um projecto para todos e queremos levá-lo mais longe, mas os custos são elevados”, explicou, referindo que o orçamento ronda os 1.500 contos e que o preço dos bilhetes foi fixado em 1.500 escudos, um valor simbólico face aos investimentos em viagens, estadia e cachês dos artistas.
O mentor explica que as embaixadas do Brasil e de Portugal já anexaram o projecto, dando suporte relactivamente aos artistas oriundos dos seus países que vêm actuar no evento.
Na mesma linha, frisou que no ano passado tiveram mais apoios do que este ano. “No ano passado, em termos de parceiros, foi até muito mais que este ano, talvez pelo facto de que este ano, em relação às festividades dos 50 anos da independência, houve vários pedidos de patrocínios, para empresas, entidades, instituições, de modo a festejar a independência”.
Além da música, disse que o Master Cordas pretende envolver outras áreas, como o turismoe asartes plásticas, reforçando a sua natureza como projecto cultural multidisciplinar e inclusivo.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1230 de 25 de Junho de 2025.
