Segundo o músico, o espectáculo será “um concerto muito bonito, com muita manifestação cultural”. O evento está agendado para as 21h00 e promete reunir admiradores, colegas e amantes da música cabo-verdiana numa noite repleta de emoção e partilha artística.
“Espero encontrar todos para fazermos uma linda festa cheia de muita emoção”, expressou Kim Alves, convidando o público a adquirir os bilhetes antecipadamente.
O novo álbum, “Dança das Ilhas II”, está disponível nas plataformas digitais desde 25 deste mês, e será oficialmente apresentado ao vivo uma semana depois.
Composto por 11 faixas, o disco inclui temas como “Nha Barsia”, “Txan di Tanki”, “Alma de Boyol”, “Kavaku Rafilon”, “Antero Simas”, “Sodadi Gamboa”, “Badiu si...”, “Rasposta di kem ki ta ganha pok”, “Txada Nha Kultura” e “Funana Lumi Lumi”.
A obra dá continuidade ao aclamado “Dança das Ilhas” (2006/2007), um álbum instrumental que se tornou referência ao celebrar a riqueza e diversidade dos géneros musicais cabo-verdianos, como a morna, coladeira, funaná, batuku e tabanka.
Assim, “Dança das Ilhas II” surge como uma nova homenagem ao património sonoro do arquipélago, reafirmando o compromisso de Kim Alves com a valorização da tradição e a inovação musical.
Um percurso de 50 anos
Nascido na cidade da Praia, em 1966, Kim Alves herdou o talento e a paixão pela música do pai, o renomado violinista João Alves (Nhô Djonsinho). Desde muito cedo, demonstrou um interesse singular pelos instrumentos de cordas e percussão, tornando-se mestre em cavaquinho, viola e violino.
Ao longo de cinco décadas, construiu uma carreira sólida e multifacetada, marcada pelo rigor técnico, pela sensibilidade artística e pelo profundo conhecimento das raízes rítmicas e melódicas cabo-verdianas.
Além do trabalho a solo, o músico integrou algumas das mais emblemáticas bandas musicais de Cabo Verde, como Abel Djassi, Os Tubarões e Finaçon, grupos que marcaram época pela qualidade e pela valorização dos ritmos tradicionais.
Com a criação da sua produtora, KMagic Studio Production, Kim Alves consolidou-se como produtor, arranjador e engenheiro de som. A sua lista de colaborações estende-se por grandes nomes da música cabo-verdiana e internacional.
Colaborou com a cantora Lura em vários projectos, nomeadamente nos arranjos do single “Aguenta” de Mário Marta. Kim Alves é produtor e director musical da cantora Assol Garcia, sendo um elemento essencial na gravação e apresentação ao vivo do aclamado álbum “Ecos de Mim”.
Com Dani Santoz, realizou os arranjos para o seu single "Nha Felicidade". Esses são apenas alguns nomes numa longa lista de trabalhos de Kim Alves.
O seu trabalho distingue-se pela capacidade de aliar a modernidade às sonoridades tradicionais, sem perder a autenticidade cultural que caracteriza a música cabo-verdiana.
“Dança das Ilhas II”
Kim Alves sublinhou que o lançamento de “Dança das Ilhas II” simboliza mais do que a estreia de um novo álbum, representa a celebração de uma vida inteira dedicada à música e à preservação da identidade cultural cabo-verdiana. “É um testemunho do percurso de um artista que, com dedicação e talento, se tornou um verdadeiro embaixador dos sons das ilhas no mundo”.
Para o produtor musical, o álbum chega quase 20 anos depois do disco de estreia. “É com muito prazer, alegria e muita gratidão que quero vos apresentar hoje, depois de quase 20 anos com muita dedicação, pesquisa, cuidado e amor à nossa cultura, o meu mais novo disco Dança das Ilhas II”.
Alves frisou que o disco vai viajar entre as ilhas de Cabo Verde com ritmos tradicionais, dos mais esquecidos aos do dia a dia, onde serão saboreados ritmos intercalados ricos e ao mesmo tempo nostálgicos.
“É com o coração cheio de emoções e muita coisa para compartilhar sobre essa realidade, muito para agradecer principalmente a Deus, pela minha vida e o rico dom que me concedeu”, refere.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1248 de 29 de Outubro de 2025.
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