Augusto Veiga deu essa garantia esta quinta-feira, 11, no âmbito do workshop “O papel do poder local e das associações comunitárias de música na Salvaguarda da Morna”, que está a decorrer na Cidade da Praia.
O workshop é uma actividade que integra as comemorações do sexto aniversário da inscrição da Morna na Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO, 11 de Dezembro de 2019).
Segundo o governante, este workshop tem como finalidade reflectir sobre o papel das associações comunitárias e das escolas de música, que contribuem directamente para o fortalecimento desse compromisso colectivo.
“Estou, pois, convicto de que daqui vão sair novas ideias, novas estratégias e novos caminhos para reforçarmos a transmissão da morna em todo o território nacional. Falar de transmissão da morna é falar do futuro da morna”, aponta.
Augusto Veiga afirma que a salvaguarda da morna não é apenas uma obrigação do Estado, mas acima de tudo, uma missão colectiva. “É um compromisso que une o poder público e a sociedade civil, o sector privado, os artistas e os educadores”.
O governante referiu que a salvaguarda é garantir que este património não fica apenas nos arquivos, mas continue vivo nas vozes, nos instrumentos, nos palcos, nas escolas e nas comunidades.
“É assegurar que as novas gerações conheçam, aprendam, respeitem e recriem a morna com consciência da sua história, dos seus mestres e do seu profundo significado cultural”, realça.
Na mesma linha, considerou que é importante todos os anos celebrar esta data enquanto uma conquista histórica das comunidades da morna, dos professores, das organizações da sociedade civil e de todos os cabo-verdianos. “No país e na diáspora, que têm vindo a contribuir de forma incansável para a valorização, transmissão e perpetuação da morna”.
Augusto Veiga considera que a elevação da morna a património mundial em 2019 constitui um marco de enorme significado para Cabo Verde. “Representa o reconhecimento internacional de uma expressão profunda da nossa alma colectiva, da nossa memória e da nossa identidade enquanto povo”.
O governante acrescentou que este feito foi fruto de um trabalho colectivo e persistente, liderado pelas instituições culturais, mas sustentado pela comunidade da morna, que nunca permitiram que esta herança se perdesse no tempo.
“O vosso trabalho diário, muitas vezes feito com recursos limitados, mas com enorme dedicação, é um verdadeiro pilar da salvaguarda deste património. A morna não nasceu nos grandes palcos internacionais. A morna nasceu nas nossas casas, nas ruas, nos terreiros e nos encontros simples das comunidades”, destaca.
Por outro lado, sublinhou que o governo tem implementado vários programas estruturantes do fomento, como o Bolsa de Acesso à Cultura, os editais de apoio aos artistas que incentivam a criação, a produção e a divulgação da nossa música, os programas de circulação e difusão cultural.
“E, mais recentemente, o Estatuto do Artista, aprovado ontem por unanimidade no Parlamento, que terá um impacto directo e positivo sobre uma vasta comunidade de intérpretes, compositores e instrumentistas da morna e de outras expressões da nossa música”, realça.
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