Basquetebol: “Saio do campo, mas não saio do jogo” garante capitão Fidel Mendonça

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,4 out 2023 8:25

O capitão da seleção de basquetebol, Fidel Mendonça, oficializou esta terça-feira a sua saída da equipa nacional, depois de uma carreira de 17 anos, recheados de títulos, mas avisou que “sai do campo, mas não sai do jogo”.

Aos 39 anos, o base/extremo de 1,89 metros, que capitaneou a selecção de Cabo Verde nos últimos seis anos, juntou os colegas da equipa, amigos e simpatizantes, patrocinadores, família do mundo desportivo e familiares numa cerimónia, marcada por elogios e na qual não conteve em lágrimas, em que considerou que não poderia ter escolhido melhor altura para anunciar a sua retirada dos “Tubarões Azuis”.

O atleta, que aproveitou a ocasião para homenagear os pais que, segundo o mesmo, são os grandes responsáveis por tudo quanto é hoje, disse que depois da sua participação no Mundial da FIBA’2023, realizado recentemente, onde Cabo Verde fez história no Japão, entendeu ser esta a melhor altura para passar o testemunho aos mais novos e apostar num novo projeto.

Cumprida a missão deste que se destacou como o atleta mais internacional de sempre do desporto cabo-verdiano, com 80 internacionalizações, suplantando o futebolista Babanco, que segue na segunda posição com 67 jogos pela selecção de futebol, o triplista vai agora apostar na sua “Fundação Fidel Mendonça”, através de um trabalho social, na promoção do Basket 3×3 e na sua criatividade “Basket na porta di Casa”.

“Muito trabalho, muito suor e muita luta foi esta a chave do sucesso! E nunca chegaria lá se não houvesse a educação que tive dos meus pais”, vincou o atleta banhado em lágrimas, para explicar que veio de uma humilde zona suburbana desta cidade, Lém Ferreira, para triunfar ao mais alto nível, fruto de uma educação caseira e de berço.

Fidel Mendonça é referenciado como o único basquetebolista cabo-verdiano que disputou todas as competições que a selecção de basquetebol jogou, nomeadamente o pré-olímpico, Jogos da Lusofonia Macau’2006 e Goa’2014, três Afrobasket, Líbia’2009, Tunísia’2015 e Ruanda’2021, apuramento para Afrobasket Dakar,’2010, Praia’2015, Dakar’2017 e Mali’2017.

Fez dois preliminares, na Argélia e Camarões, Torneio Dakar’ 2015, Benguela’ 2022 e Itália’2023, e nas quatro janelas de apuramento para o Mundial, designadamente Benguela, Kigali, Abidjan e Luanda disse que Cabo Verde, na sua perspectiva, teve uma excelente participação no Mundial.

Experiente nestas andanças, deixou claro que dificilmente uma selecção africana irá ganhar uma selecção europeia, alegando que em toda a história da modalidade, por uma única vez Angola levou de vencida a Alemanha, no prolongamento.

Fidel Mendonça frisou que Cabo Verde fez história no Mundial, do qual Anderson Correia deu um “smatch” que se tornou imagem ícone da prova, enquanto o gigante Edy Tavares confirmou o estatuto do Melhor Bloco e Melhor ressaltador do mundo, mas que a sua saída deixa espaço para próximas gerações.

O eterno camisa 7, que representou Cabo Verde em todas as provas internacionais, a partir de 2006, altura em que se estreou no Jogos da Lusofonia em Macau, sob o comando de Emanuel Trovoada, lamentou não ter conseguido fazer com que Cabo Verde chegasse aos Jogos Olímpicos, empreitada que incumbiu aos seus sucessores, de forma que o País complete a sua participação em todas as provas oficiais da FIBA.

“Como capitão devo dar o exemplo que é altura de se começar um novo ciclo, altura de uma nova liderança, novas ideias, reforçar o projecto da Federação. Eis o grande motivo da minha retirada da selecção. Saio de campo, mas não saio do jogo”, realçou, ao mesmo tempo que enalteceu a atenção e confiança que disse ter recebido do seleccionador Emanuel “Mané” Trovoada.

Fidel Mendonça gaba-se de se despedir da selecção no jogo que teve maior audiência do Mundial, precisamente contra o Japão, realizado em Setembro último.

Este que é um dos atletas de eleição de Cabo Verde começou as suas pisadas no seu bairro natal, Lém Ferreira, representou o ABC e Bairro nos campeonatos anteriores, e a equipa do Prédio nos últimos anos nas provas internas, coleccionou os mais importantes títulos nacionais, regionais, coletivos e individuais-.

Em Portugal, onde prosseguiu os estudos, Fidel Mendonça representou entre 2006 a 2013 as equipas do Olivais, Queluz e Algés, e, mais recentemente, a Associação Desportiva Gondomar, numa curta passagem em 2020/21.

Melhor marcador, melhor triplista da 30ª Liga dos Campeões Africanos de Basquetebol de 2015, com a particularidade de ter integrado o cinco ideal da África nessa altura, Fidel Mendonça capitaneou a selecção de Cabo Verde desde 2017, substituindo Marito Correia.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,4 out 2023 8:25

Editado porSara Almeida  em  4 out 2023 13:49

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