GMT Cabo Verde entra no negócio do dinheiro móvel

PorExpresso das Ilhas,13 abr 2015 0:00

As empresas de e-payment e de transferências de dinheiro móvel estão a descobrir o mercado cabo-verdiano. Como o Expresso das Ilhas adiantou a Wari, de capitais senegaleses, já está no terreno. Agora, a GMT – Global Money Transfer, com capitais cabo-verdianos, prepara-se também para entrar no negócio.

 

O anúncio foi feito em Barcelona, no Mobile World Congress, no passado domingo: a eServGlobal, um fornecedor de serviços financeiros móveis para os mercados emergentes, avançou o projecto para fornecer uma plataforma de dinheiro móvel, end-to-end (sem intermediários), à GMT Cabo Verde, instituição financeira com base no arquipélago.

Este serviço de dinheiro móvel será lançado este ano e dará aos utilizadores a capacidade de realizar transferências de dinheiro nacionais e internacionais. O serviço estará acessível a qualquer pessoa, em Cabo Verde e no exterior, bastando para isso fazer o download do aplicativo para smartphone associado, ou através da rede de agentes GMT. Aos utilizadores será ainda oferecida a possibilidade de terem um cartão de pagamento, permitindo assim que a carteira móvel possa ser usada em qualquer parte do mundo onde os pagamentos tradicionais com cartões são aceites.

Depois da Wari, este é mais um serviço de dinheiro móvel oferecido aos habitantes do país e à diáspora e, lê-se na página da eServGlobal, é um projecto apoiado pelo governo. Este apoio continua a empresa, terá um impacto significativo no sucesso do projecto cabo-verdiano de dinheiro móvel. Ainda segundo a eServGlobal, “o governo de Cabo Verde reconhece o potencial que o dinheiro móvel tem para promover a inclusão financeira e também impulsionar a economia através da criação de mais oportunidades de emprego e competências no domínio das telecomunicações e serviços financeiros”.

Na página da empresa está igualmente um vídeo, onde aparece o antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Brito, a afirmar que o projecto da GMT “será algo que mudará completamente o país, aumentará a inclusão e democratizará o sector financeiro em Cabo Verde”.

A eServGlobal refere ainda que a GMT e o governo de Cabo Verde estão a construir, em parceria, um programa de formação para agentes de serviços financeiros móveis. Este programa irá incluir cursos sobre KYC [Know Your Client – Conhecer o Cliente], AML [Anti-Money Laundering – Anti Lavagem de dinheiro], recursos e serviços financeiros de dinheiro móvel. “A rede de agentes é a ‘cara’ do serviço de dinheiro móvel para o utilizador final e tem um papel crucial na promoção e bom funcionamento do sistema”, refere a empresa.

Stephen Blundell, Director de Operações da eServGlobal, diz que «este tipo de programa de formação apoiado pelo governo é um exemplo de inovação e de práticas de longo prazo relativas ao futuro do dinheiro móvel. Estamos entusiasmados em fazer parte desta experiência pioneira e estamos ansiosos para o lançamento bem-sucedido e para assistirmos ao crescimento do dinheiro móvel em Cabo Verde».

Já Raphaël Bassama, Director Executivo da GMT Cabo Verde refere que «escolhemos a eServGlobal para fornecer este sistema de dinheiro móvel com base no sucesso e experiência comprovados nos mercados, em particular na África e no Médio Oriente. Este produto de pagamento móvel, rico em recursos, permite-nos começar com um pacote de serviços que serão atraentes para nossos clientes do mundo inteiro»

Através de abordagem modular da eServGlobal, diz a empresa fundada na Austrália em 1991, a GMT Cabo Verde será capaz de optimizar as soluções, para atender às suas necessidades de hoje e também fazer crescer o serviço através da implantação de novas funcionalidades consoante o crescimento e amadurecimento da sua base de assinantes. “Em mercados com uma alta taxa de penetração de telefones móveis e acesso limitado a recursos financeiros formais, há um caminho lógico para avançar para potenciais lançamentos de projectos ligados ao dinheiro móvel”.

A GMT, segundo apurou o Expresso das Ilhas começou a ser pensada em 2011, com o objectivo de desenvolver o primeiro hub internacional de transferências de dinheiro dedicado à comunidade dos PALOP, o que permitiria a todas as populações desta comunidade (cerca de 50 milhões de pessoas), assim como às respectivas diásporas, transferir e receber fundos ao nível nacional e internacional usando telemóveis e Internet.

O registo comercial da empresa foi feito em 2013 e o registo financeiro, no Banco de Cabo Verde, em 2014. Daí para cá, as informações são escassas. O Expresso das Ilhas contactou a empresa, para saber o que atrasou a sua entrada no mercado, mas não conseguiu obter qualquer esclarecimento.

O que o Expresso das Ilhas conseguiu saber é que o volume de negócios esperado, ao fim de quatro anos, rondaria os 15 milhões de euros, com um resultado líquido, ou seja, um lucro, que, também no quarto ano, seria de cerca de 3 milhões de euros.

As razões que levaram a GMT a sedear-se em Cabo Verde prendiam-se com a estabilidade política do país, a boa regulação financeira, as boas infra-estruturas, as taxas de penetração dos telemóveis e da Internet e as remessas representarem 12 por cento do PIB do arquipélago.

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Autoria:Expresso das Ilhas,13 abr 2015 0:00

Editado porExpresso das Ilhas  em  31 dez 1969 23:00

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