“O grande desafio é a livre circulação de bens e pessoas entre os países membros da CPLP”, disse à Lusa Paulo Oliveira, empresário e antigo vice-presidente da Confederação Empresarial da CPLP.
Paulo Oliveira falava à margem de um diálogo de empreendedores da CPLP em Maputo, uma iniciativa organizada pela Organização Nacional de Empreendedores.
Para o antigo vice-presidente da Confederação Empresarial da CPLP, a redução de procedimentos burocráticos nos serviços aduaneiros dos países membros da comunidade pode criar condições para que as pequenas e médias empresas se fortaleçam, atravessando fronteiras em direcção a novos mercados.
“Nós não podemos estar à espera apenas das grandes empresas de petróleo ou gás para desenvolver a economia”, observou Paulo Oliveira, lembrando que incentivar as pequenas e médias empresas dos países membros da comunidade é também apostar na juventude destes Estados.
Também a empreendedora e economista moçambicana Tânia Tomé entende que a livre circulação de bens e serviços entre os Estados-membros da comunidade é fundamental para o desenvolvimento das pequenas e médias empresas do mercado lusófono, acrescentando que, apesar da distância, a língua é um factor que pode facilitar as relações comerciais.
“Precisámos de garantir a circulação de informação entre empresários da CPLP. Eu, estando aqui em Maputo, tenho de saber quais são as vantagens de investir em Luanda, por exemplo”, acrescentou a economista.
Por sua vez, Sofia Cassimo, vice-presidente da Federação Nacional de Mulheres Empresárias e Empreendedoras, entende que o mercado da CPLP tem registado crescimento, mas persistem barreiras de ordem legal.
“Tem havido abertura por parte dos governos para resolver a questão dos entraves aduaneiros, mas os desafios persistem. Há um trabalho estrutural que tem de ser feito. Devíamos, talvez, começar a pensar em plataformas que promovam informações sobre bens e serviços para garantir que haja realmente um mercado”, concluiu.