Reservas Internacionais Líquidas caíram 22,6% num ano

PorExpresso das Ilhas, Lusa,12 ago 2021 10:00

O ‘stock’ das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) caiu 22,6% num ano, para cerca de 57.089 milhões de escudos em Junho, garantindo agora menos de sete meses das importações de bens e serviços projectadas para 2021.

De acordo com dados do Banco de Cabo Verde (BCV) compilados hoje pela Lusa, em Julho de 2020 esse ‘stock’, que corresponde a divisas para garantir as importações para o arquipélago, ascendia a pouco mais de 73.787 milhões de escudos.

Em Junho passado, esse volume caiu cerca de 57.089 milhões de escudos, o que representa uma quebra de 22,6% no espaço de um ano, levando o BCV a reconhecer que os dados preliminares “apontam para uma deterioração das contas externas”.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da ausência quase total de turismo - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde Março de 2020, devido à pandemia de covid-19, tendo fechado o último ano com uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB. Na prática, sem turismo, a entrada de divisas no país caiu fortemente, queda que não está a ser acompanhada na mesma proporção pelo volume gasto com as importações.

“O ‘stock’ das Reservas Internacionais Líquidas reduziu, em Junho, cerca de 17 milhões de euros face a Março de 2021, passando a garantir 6,76 meses de importações de bens e serviços projectadas para o ano de 2021”, lê-se num relatório do BCV sobre a evolução dos indicadores económicos e financeiros, deste mês, e que refere que o mesmo ‘stock’, em Dezembro de 2020, “permitia garantir 7,87 meses” de importações.

“O agravamento das contas externas estará a reflectir a deterioração da balança corrente, em função sobretudo, do aumento das importações de bens e serviços”, assume o BCV.

O relatório recorda que no primeiro trimestre de 2021, a balança corrente registou um défice de 6.674 milhões de escudos, o que compara ao défice de 1.208 milhões de escudos registado no primeiro trimestre de 2020 - ainda antes da crise provocada pela pandemia -, crescimento, segundo o BCV, “explicado pelas reduções das receitas de viagens de turismo e de transportes aéreos na ordem dos 89 e 80%, respectivamente”, bem como “das exportações de viveres e combustíveis nos portos e aeroportos internacionais em cerca de 40%”.

O Governo avançou em Julho com uma revisão do Orçamento do Estado, revendo em baixa o crescimento esperado do PIB do país para de 3,0% a 5,5% em 2021, quando no Orçamento anterior previa um crescimento económico de 6,8% a 8,5%.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,12 ago 2021 10:00

Editado porSara Almeida  em  13 ago 2021 6:10

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