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A ameaça de sanções a quem praticar actos indecentes com o primeiro robô “com coração” está a divertir os japoneses.
O fabricante de Pepper, conhecido como o primeiro “robô emocional”, está a fazer os proprietários assinarem um contrato em que se comprometem a não ter relações sexuais ou a praticar quaisquer actos indecentes com o robô, o que está a suscitar reacções divertidas nas redes sociais do Japão, relata a Agência France Press (AFP).
Com cerca de 120 centímetros de altura e 28 quilos de peso, Pepper é um produto que resultou da parceria da SoftBank, o gigante nipónico dos telemóveis, e da Aldebaran (empresa francesa considerada líder mundial em robôs humanóides) e foi apresentado como o primeiro robô com “coração”.
Está equipado com a mais recente tecnologia de reconhecimento de voz, de leitura de gestos e de emoções através da análise de expressão e tons de voz e, segundo anunciaram os fabricantes quando aquele foi lançado, as pessoas podem dialogar com ele e comunicar “como fazem com os amigos e com a família”.
O que os proprietários não podem, como indica a Softbank numa das cláusulas do contrato celebrado com os compradores, é ter relações sexuais e ou comportamentos indecentes com Pepper. Não respeitar esta condição poderá implicar “sanções” que não são especificadas pela empresa.
Segundo a AFP, foi também dito por um porta-voz da companhia que os proprietários estão proibidos de modificar as características do robô, para que fique com uma voz mais excitante.
A propósito desta notícia, o tablóide britânico DailyMail refere que algumas pessoas, mais brincalhonas, reprogramaram o computador com ecrã táctil que Pepper traz ao pescoço, criando seios virtuais que, quando tocados, fazem reagir a máquina, que geme e agita a cabeça.
Os primeiros mil robôs colocados à venda na internet, em Junho, por 1600 dólares (cerca de 1440 euros) esgotaram num minuto. Entretanto, foram colocados à venda em lojas, em todo o Japão. A AFP indica que que o robô é apresentado como um companheiro para as pessoas, em geral, mas também é utilizado por empresas. Para comercializar máquinas de café, por exemplo, ou para acolher os clientes de um banco.
O Pepper começou a estar disponível para comercialização em Fevereiro de 2015, no Japão, por 1400 euros. A leitura de gestos e de emoções através da análise de expressão e tons de voz é feita por sensores e funções de reconhecimento de emoções. O robô pode ainda adquirir vários tipos de informação e sincronizar-se com bases de dados em cloud (nuvem) através da ligação à Internet. Tem uma autonomia de 12 horas.
Além da tecnologia que compõe o Pepper, a SoftBank promete um robô que sabe contar piadas, dança e entretém os humanos com várias actividades. Na cerimónia do seu lançamento, há pouco mais de um ano, o presidente-executivo da SoftBank, Masayoshi Son, afirmou que o Pepper é o resultado da visão da empresa de “desenvolver robôs afectuosos que fazem as pessoas sorrir”. Na altura, Masayoshi Son sublinhou que, “pela primeira vez na história humana, estamos a dar um coração e emoções a um robô”. O presidente-executivo da Aldebaran, Bruno Maisonnier, considerou, por sua vez, que o “robô emocional irá criar uma nova dimensão nas nossas vidas e novas formas de interagir com a tecnologia”.
O mercado japonês de robótica é um dos maiores do mundo. Segundo dados citados pela BBC, estima-se que em 2012 tivesse um valor de 860 mil milhões de ienes (6,1 mil milhões de euros).
