O clima do planeta vermelho não foi sempre frio, árido e seco, de acordo com a NASA. Marte era húmido e quente, tinha água e uma atmosfera densa que o protegia, há milhares de milhões de anos.
Afinal, Marte já teve muita água, em rios, lagos e oceanos. A NASA anunciou, esta quinta-feira, que a sonda MAVEN, enviada para estudar o planeta, recolheu provas de que terão sido os ventos solares a modificar a atmosfera de Marte.
O clima do planeta vermelho não foi sempre frio, árido e seco, de acordo com a agência espacial. Marte era húmido e quente, tinha água e uma atmosfera densa que o protegia, há milhares de milhões de anos. Os cientistas interrogavam-se sobre o que poderia ter originado as condições meteorológicas no planeta e, agora, pensam ter descoberto a solução.
“A resposta está no vento”, afirmou Michael Meyer, da NASA.
De acordo com os dados recolhidos pela sonda, os ventos solares retiraram alguns iões da atmosfera de Marte e gases, como o oxigénio e o dióxido de carbono. Segundo a CNN, isto pode significar que houve uma perda de grande parte da atmosfera, na história do planeta.
Algo que, teoricamente, pode acontecer à Terra, uma vez que a NASA já anunciou que o nosso planeta também está a perder iões. Contudo, a agência espacial disse que não há perigo por agora, porque o planeta azul está protegido por um campo magnético.
Os cientistas explicaram que a MAVEN mostrou também que há auroras, em Marte, semelhantes às Luzes do Norte, vistas na Terra. Mas, o fenómeno é espalhado por uma área maior no planeta vermelho, porque o campo magnético é muito menos denso.
Os especialistas acrescentaram ainda que o famoso pó avermelhado, em Marte, pode ter tido origem noutros planetas ou nas suas luas. A conclusão foi tirada depois de terem sido analisados os padrões dos grãos de areia e a sua distribuição.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 801 de 05 de Abril de 2017.