“A formação sobre o comércio electrónico chegou num bom momento”, diz Jailson Pereira, recém-formado em e-commerce, estudante do quarto ano do curso de economia.
Jailson Pereira é dono de um projecto na área da agropecuária e pretende alargar o negócio para o domínio virtual. “É uma ferramenta que vai-nos servir principalmente para quem quer abrir um negócio tanto físico como online”, frisa.
Legislação, técnicas de vendas online, a questão da segurança do comércio electrónico foram algumas das matérias abordadas no curso. O formador Luzito Veiga faz um balanço positivo das duas semanas de formação.
Para Luzito, o e-commerce pode traduzir-se numa aposta de promoção da dinamização e desenvolvimento da economia do país. “É interessante que Cabo Verde esteja a pensar no comércio electrónico como alternativa”, aponta.
O recurso ao comércio electrónico representa uma vantagem, no entender de Luzito Veiga, num contexto de mercado pequeno e fragmentado como Cabo Verde. “Para sermos mais eficazes temos que vender para todas as ilhas e a forma muito mais fácil de vender para todas as ilhas é através do comércio electrónico”, enaltece.
Para o formador, a aposta na loja online torna-se ainda mais vantajosa para cobrir as ilhas onde o número de habitantes não justifica a abertura de uma loja física.
Mediante o negócio online, o empreendedorismo jovem pode ficar mais barato e acessível. “Jovem não tem dinheiro para investir no aluguer de um espaço, pagamento de luz, água, todos os compromissos que um negócio físico acarreta, enquanto o negócio online é muito mais barato”, diz Luzito Veiga.
O e-commerce processa-se no ambiente virtual, mas não deixa de necessitar de uma rede de transporte que funciona de uma forma eficiente para garantir o seu sucesso. Ainda o sector carece de regulação, mas o governo tem realizado encontros, fóruns e debates sobre a temática.
“Acredito que isso vai servir para averiguar até que ponto lhe interessa legislar sobre esta matéria. Quanto mais a sociedade interessar, quanto mais tivermos empreendedores online, mais gente a comprar online, mais razões vai ter para legislar”, defende Veiga.
A primeira formação na área do comércio electrónico foi ministrada para catorze formandos, durante duas semanas. A acção de formação foi organizada pela Associação Comercial, Agrícola, Industrial e de Serviços de Santiago, em parceria com a Câmara Municipal de Santa Cruz.
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