Os cientistas ainda não sabem o que vai acontecer à Estação Espacial chinesa que está à deriva em câmara lenta pelos céus. Há uma grande probabilidade de que entre na nossa atmosfera e se incendeie, havendo ainda o risco de que vários pedaços, de diferentes tamanhos, possam vir a colidir com a Terra, sem que se saiba ainda em que local ou locais exactos.
Bill Ailor, engenheiro do Center for Orbital and Reentry Debris Studies (CORDS), diz que as previsões de reentrada estão baseadas em observações de radar, que não são feitas com frequência suficiente para formular previsões sólidas. «Só saberemos que reentrou quando alguém vir algo brilhante e espectacular a separar-se no céu ou quando não aparecer mais aos observadores quando esperado», diz Ailor, citado pela Cnet.
Os rastos estarão visíveis nos céus durante alguns segundos, podendo chegar a um minuto, restringindo o raio onde os pedaços da Tiangong-1 que sobrevivam à entrada na atmosfera podem vir a cair. Os pedaços devem depois demorar alguns minutos a embater no solo.
Um dos diretores do CORDS explica que os objectos em órbita movem-se muito rápido e que basta um erro de um minuto na previsão para que o local de embate no solo seja a 450 kms de distância do que foi calculado originalmente.
Apesar de não se saber ainda onde vai cair, sabe-se que a entrada está prevista para Abril, escreve o Sapo.pt.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 850 de 14 de Março de 2018.