Em declarações à agência Lusa, José Pimenta Lima, director executivo do centro, lembrou que há três anos que se procuram verbas para se poder começar a estudar respostas aos problemas da variabilidade ligados às alterações climáticas e respectivos impactos no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e no continente africano.
Ao falar à Lusa durante os trabalhos de uma conferência de divulgação do CIICLAA, que decorreu na Universidade Lusófona, em Lisboa, Pimenta Lima, engenheiro natural do Sal, evitou comentar as razões para a ausência de financiamento, lembrando que o centro foi fundado por 22 instituições, entre institutos públicos, universidades, centros de investigação, grupos económicos e empresas.
"Estamos precisamente numa fase de mobilizar financiamento e é por isso que contamos com o 'chapéu' da CPLP para nos apoiar nesta fase, na medida em que fomos constituídos como um centro da CPLP. É nesta base que estamos a trabalhar no terreno para ver se conseguimos ultrapassar esta fase, que é ingrata", afirmou Pimenta Lima.
A Universidade Lusófona, acrescentou, é um dos membros fundadores do CIICLAA, que tem quatro vertentes principais: centro de apoio à decisão, projectos customizados (adaptáveis a cada especificidade), investigação aplicada e formação especializada e avançada.
A criação do centro, que envolve também os institutos de meteorologia dos nove Estados membros da CPLP, foi uma das conclusões saídas da V Reunião do Conselho de Ministros do Ambiente da comunidade, que decorreu em maio de 2012, em Cabo Verde, decisão ratificada na IX Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da organização, realizada em Julho do mesmo ano em Maputo.
O acordo constitutivo do centro, porém, só viria a acontecer em maio de 2015, tendo ficado decidido que Cabo Verde asseguraria a sede do CIICLAA, que, além do espaço lusófono, pretende alcançar os espaços regionais de cada um dos países de expressão portuguesa em África.
Ao discursar na conferência, Georgina Melo, a directora-geral da CPLP, destacou o "potencial" do centro -- "pode vir a tornar-se um dos principais projectos" da organização lusófona -, insistindo na necessidade de se obterem os meios financeiros para viabilizar a iniciativa.
Georgina Melo, aliás, mostrou-se optimista de que o tema irá ser uma das prioridades da presidência cabo-verdiana da CPLP, função que assumirá durante os trabalhos da cimeira prevista para Julho no arquipélago.
A CPLP congrega nove países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.