A rede de perfis retirada era gerida pelo Movimento Brasil Livre (MBL), uma organização política que defende ideias conservadoras e de direita e que foi uma das principais promotoras das manifestações contra a ex-Presidente Dilma Rousseff antes do Congresso brasileiro a destituir, em agosto de 2016.
A rede social divulgou uma nota informando que a ação é parte dos "esforços contínuos para evitar abusos" e que foi tomada "depois de uma rigorosa investigação".
"Essas Páginas e Perfis faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação", acrescentou a empresa.
Embora o Facebook não tenha identificado o alvo de sua ação, o MBL reconheceu que a rede social havia bloqueado várias páginas usadas pelo grupo e denunciou uma suposta censura.
"Na manhã desta quarta-feira, as contas de vários coordenadores do MBL foram removidas do ar, e a rede social alegou que pretende inibir contas falsas destinadas a divulgar notícias falsas", disse o MBL em comunicado.
"Entretanto, muitas dessas contas possuíam dados biográficos estritos, tais como: endereço profissional, telefones pessoais contactos familiares, entre outros, informações verificáveis tornando, portanto, absurda a acusação de que se tratavam de contas falsas", acrescentou.
O MBL informou também que recorrerá a todos os meios legais possíveis para recuperar suas páginas e enfrentar o que considera ser uma perseguição.
As páginas retiradas tinham pouco mais de meio milhão de seguidores e trabalhavam como uma rede para multiplicar o seu alcance divulgando notícias de natureza política com um claro tom de direita.
A remoção dos perfis da MBL ocorre um dia depois de os responsáveis do Facebook no Brasil terem anunciado em conferência de imprensa o aumento da auditoria de contas falsas, maior transparência na publicidade e investimento na verificação de informações.
No final de junho, o Facebook já havia assinado, juntamente com a Google, um acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil para combater a proliferação de notícias falsas durante as eleições no país, marcadas para outubro.