As cores azuis e verdes serão mais intensas na superfície dos oceanos, indica o estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla original), citado pela agência Lusa, segundo o qual os satélites deverão detectar essas mudanças de tonalidade, alertando para transformações em larga escala nos ecossistemas marinhos.
Segundo a mesma fonte, num artigo publicado na revista Nature Communications, os investigadores explicam que desenvolveram um modelo global que simula o crescimento e a interacção das diferentes espécies de fitoplâncton, e como a mistura de espécies em vários locais vai mudar à medida que as temperaturas aumentam.
Os responsáveis também simularam a forma como o fitoplâncton, constituído por algas microscópicas, absorve e reflete a luz, e como a cor dos oceanos muda à medida que o aquecimento global afecta a composição das comunidades de algas, que constituem a base da cadeia alimentar.
Os investigadores fizeram projecções do modelo até ao fim do século e descobriram que em 2100 mais de metade dos oceanos mudará de cor devido às alterações climáticas. As regiões mais azuis, como os subtrópicos, vão ficar ainda mais azuis, sinal de menor quantidade de fitoplâncton (e vida em geral). Regiões mais verdes, como as que estão próximo dos polos, podem ficar ainda mais verdes, em resultado de um aumento da massa vegetal microscópica.
Stephanie Dutkiewicz, do Departamento de Ciências Terrestres, Atmosféricas e Planetárias, principal autora do estudo, afirma que o modelo sugere que as mudanças não serão tão grandes que se vejam facilmente a olho nu mas que irão afectar a cadeia alimentar que o fitoplâncton sustenta.
Entretanto a investigadora garante que as alterações climáticas já estão a mudar a composição do fitoplâncton, e por extensão a cor dos oceanos.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 897 de 6 de Fevereiro de 2019.