Ciência criou dispositivo portátil que “imprime” pele nova para queimados graves

PorExpresso das Ilhas,11 fev 2020 11:12

Investigadores canadianos testaram uma inovadora pistola impressora 3D que imprime pele artificial directamente nas feridas graves. O projecto teve início em 2018, mas agora está finalmente a ser testado na pele de porcos.

Os investigadores Universidade de Toronto, no Canadá, criaram um dispositivo de colocação de pele artificial. O projecto e os resultados conseguidos foram publicados esta semana no jornal “Biofabrication”, da IOPScience.

Apesar de só agora haver resultados mais concretos, estes estudos começaram em 2018. Contudo, a inovação foi testada agora com sucesso em animais.

Grosso modo, trata-se de um rolo de fita adesiva, só que é feito de pele. Esta é a melhor analogia para explicar como funciona o dispositivo.

Trata-se de uma impressora 3D portátil que cria pedaços do maior órgão humano, mas artificial, para serem aplicados directamente nas feridas de vítimas de queimaduras graves.

Esta espécie de “dispensador de fita adesiva”, mas com pele artificial, tem vindo a ser melhorado chegando agora a uma versão do tamanho de uma caixa de sapatos e com um peso que não chega a 1 kg.

O equipamento quando accionado, “imprime” folhas de pele capazes de fechar as queimaduras. Esta pele artificial tem propriedades cicatrizantes e regeneradoras.

A forma como é aplicada permite fechar uma ferida como se fosse fita adesiva a fechar um envelope. Assim, a ideia é usar este dispositivo e eliminar qualquer necessidade de enxerto de pele.

Os excertos colocados nas áreas queimadas são um método hoje usado, técnica que usa pedaços de tecido retirados de outras áreas do corpo da própria pessoa e os implanta no local queimado, após remoção de toda a pele afectada. Portanto, um método mais intrusivo, embora eficaz.

Com este equipamento, o processo pode ser mais rápido. Esta impressora 3D usa um material impresso que é uma “biotinta” especial, feita de materiais biológicos, incluindo colagénio, fibrina (proteína que actua na cicatrização) e as importantes células estromais mesenquimais (um tipo de células-estaminais, encontradas na medula óssea, que auxilia o sistema imunológico e estimula o crescimento de novas células).

A investigação publicada inclui testes em porcos com queimaduras profundas. Feitos vários testes e comparativos, alguns dos animais receberam implantes de colagénio e outros foram deixados a cicatrizar naturalmente.

Assim, foi possível avaliar a evolução das lesões tratadas com a pele impressa pelo dispositivo. Os resultados animaram os cientistas.

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Autoria:Expresso das Ilhas,11 fev 2020 11:12

Editado porSara Almeida  em  11 fev 2020 11:12

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