Variante indiana do coronavírus tem três mutações ameaçadoras

PorExpresso das Ilhas,8 mai 2021 7:39

Pior onda de covid-19 sofrida por qualquer país desde o início da pandemia pode estar sendo acelerada por uma nova versão do vírus, embora os especialistas peçam cautela diante da falta de dados.

Uma nova variante do coronavírus circula pela Índia enquanto o país sofre a pior onda de contágios e mortes vista no mundo desde o começo da pandemia. Ainda se ignora quase tudo sobre esta nova versão do vírus, enquanto sua expansão é exponencial e já representa 50% dos casos detectados em pelo menos um Estado.

A variante indiana, chamada B.1.617, conta o El País, foi identificada pela primeira vez no segundo semestre de 2020, mais ou menos na mesma época que a do Reino Unido. A variante britânica actualmente é a predominante em muitos países europeus e também na Índia. Ela é 90% mais contagiosa e até 58% mais mortal. Quanto à variante indiana, preocupam três mutações dentro da sequência de 30.000 letras genéticas de RNA que compõem seu genoma. Apenas uma mudança nessas 30.000 informações pode tornar o SARS-CoV-2 mais apto a invadir os tecidos do organismo e escapar à vigilância do sistema imunológico. 

A variante indiana contém, de acordo com a mesma fonte, uma segunda mudança preocupante exactamente nesta região, a E484Q, cujo potencial se desconhece. Há uma terceira mutação que gera alarme, a P681R, pois pode optimizar o processo de entrada do vírus na célula e aumentar sua capacidade para invadir tecidos. Estas três mudanças talvez façam da variante indiana a mais contagiosa e virulenta, mas ainda não há provas disso. 

Os dados do Governo do país mostram que essa variante é já predominante no Estado de Maharashtra, no centro da Índia. A prevalência desta versão está crescendo de forma exponencial nos últimos meses, coincidindo com o começo da segunda onda no país, onde o vírus está matando mais de 2.600 pessoas por dia.

A variante indiana já chegou a 19 países. Quase todos são casos isolados, em sua maioria de viajantes que chegam do país asiático. A Organização Mundial da Saúde advertiu que esta nova variante poderia ser mais contagiosa e escapar parcialmente das vacinas.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1014 de 5 de Maio de 2021.

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Autoria:Expresso das Ilhas,8 mai 2021 7:39

Editado porSara Almeida  em  8 mai 2021 7:39

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