Um animal microscópico chamado rotífero bdelóide voltou à vida depois de ter estado congelado durante 24 mil anos na Sibéria e conseguiu reproduzir-se, anunciaram segunda-feira passada cientistas russos.
Os resultados da descoberta foram publicados na revista científica Current Biology. Segundo a agência Lusa, a descoberta levanta questões sobre os mecanismos usados por este animal multicelular – que mede cerca de meio milímetro de comprimento e vive em ambientes de água doce – para aguentar tamanho período de latência, segundo um dos co-autores da investigação, Stas Malavin, citado pela mesma fonte.
De acordo com Malavin, os rotíferos podem ser adicionados à lista de organismos multicelulares que parecem ser capazes de sobreviver indefinidamente graças à criptobiose, “um estado em que o metabolismo está quase completamente parado”.
A equipa científica recolheu amostras no rio Alazeia, na Sibéria, e usou o método de datação por radiocarbono para determinar que a idade destes espécimes se situa entre 23.960 e 24.485 anos.
Uma vez descongelado, o rotífero bdelóide conseguiu reproduzir-se através da partenogénese, tipo de reprodução assexuada em que o embrião se desenvolve sem fertilização.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1020 de 16 de Junho de 2021.