Esta ideia, que está a ser maturada desde o aparecimento da pandemia de covid-19, começou a ganhar forma há cerca de seis meses e, desde então, muito já foi feito.
Rúben Fernandes, responsável pelo Laboratório de Biotecnologia Médica e Industrial – LaBMI do IPP, realçou que estão a decorrer os ensaios `in vitro´, que vão ser testados em animais, tais como: ratos, peixes e uma espécie de minhoca muito pequena.
Referindo-se ao projecto da produção da vacina comestível, o biólogo explicou que esta vacina, que depois de finalizada poderá ser ingerida em iogurte ou sumo de frutas, tem como particularidade ter por base plantas de frutos e probióticos geneticamente modificados.
Rúben Fernandes adiantou que usando apenas probióticos esta vacina poderá ser uma realidade entre “seis meses a um ano” porque são bactérias que podem ser rapidamente transformadas.
Já utilizando os frutos, a sua concretização “será mais longa” porque as plantas têm de crescer e dar frutos para que possam ser utilizados na indústria e transformados em sumo, explica.
Realçando que a ideia desta vacina é que ela chegue facilmente ao utilizador final, demostrando as diferenças entre a vacina tradicional e a comestível.
“Portanto, ambos são produtos preventivos, mas neste caso a vacina, vou dizer convencional, neutraliza uma infecção e as vacinas comestíveis têm a propriedade de poderem potenciar as outras vacinas comuns”, aponta Rúben Fernandes.
O investigador disse que, a vacina comestível está a ser financiada exclusivamente com fundos próprios, porém vão numa fase final, ter de se unir a parceiros industriais da área alimentar para a fazer chegar ao consumidor final e ganhar escala.
“Vai ser a indústria que vai decidir que tipo de produto é que vai querer, nós vamos é poder oferecer-lhes várias opções”, sublinha.
Apesar de estar a ser direccionada para a covid-19, Rúben Fernandes acredita que a mesma poderá vir a ter interesse para tratar outros tipos de doenças infecciosas.