Astrónomos detectaram o par de buracos negros supermaciços mais próximo da Terra, que acabarão por se fundir num buraco negro gigante, divulgou esta terça-feira o Observatório Europeu do Sul (ESO, em inglês).
Os dois buracos negros (corpos densos e escuros do Universo de onde nada escapa, nem mesmo a luz) estão localizados na galáxia NGC 7727, na constelação Aquário, a cerca de 89 milhões de anos-luz da Terra. Segundo a equipa internacional de astrónomos que conduziu o estudo, os dois corpos celestes estão pouco afastados entre si, pelo que acabarão por dar origem a um buraco negro gigante.
“A pequena separação e velocidade dos dois buracos negros indicam que se fundirão num buraco negro monstruoso, provavelmente nos próximos 250 milhões de anos”, refere, citado em comunicado do ESO, Holger Baumgardt, professor na Universidade de Queensland, na Austrália e um dos co-autores da investigação.
Os astrónomos conseguiram determinar a massa dos buracos negros ao observarem como a sua atracção gravitacional influencia o movimento das estrelas em seu redor. Para tal, usaram o espectrógrafo Multi Unit Spectroscopic Explorer (MUSE) do telescópio Very Large Telescope (VLT) do ESO, no Chile, e o telescópio espacial Hubble.
Um dos buracos negros, situado no centro da galáxia que o abriga, tem uma massa quase 154 milhões de vezes a massa do nosso Sol, enquanto seu “companheiro” tem 6,3 milhões de massas solares. Os resultados do estudo foram publicados na edição digital da revista científica Astronomy & Astrophysics.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1044 de 1 de Dezembro de 2021.