Cientistas europeus obtêm recorde de energia de fusão nuclear sustentada

PorExpresso das Ilhas,19 fev 2022 6:14

A experiência de fusão dos átomos durou apenas cinco segundos num reactor experimental localizado no Reino Unido.

Investigadores europeus, incluindo portugueses, atingiram de forma sustentada um recorde de energia de fusão num teste que visa preparar a operacionalização do maior reactor de fusão nuclear experimental do mundo, em construção em França, foi anunciado terça-feira,8.

O anúncio, noticiado pelo jornal Público, foi feito em comunicado conjunto pelo Instituto Superior Técnico (IST) e pelo Eurofusion, consórcio europeu para o desenvolvimento de energia de fusão, do qual faz parte o IST, através do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN).

Os cientistas e engenheiros obtiveram um “valor recorde de 59 megajoules de energia de fusão sustentada” no dispositivo de fusão Joint European Torus (JET), o maior do género no mundo, a funcionar no Reino Unido, segundo comunicado, citado pela mesma fonte. Na experiência-relâmpago, que durou cinco segundos, o JET alcançou uma potência média de fusão (energia por segundo) de cerca de 11 megawatts.

O maior reactor de fusão nuclear experimental do mundo, o International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), em construção no Sul de França, estará preparado para produzir 500 megawatts por períodos de 400 a 600 segundos, devendo começar a funcionar, numa primeira etapa, entre 2026 e 2027.

O Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear participa no ITER com sistemas de detectores que permitem “determinar alguns parâmetros do plasma no interior do dispositivo”, como densidade e temperatura, e com “o controlo e a aquisição dos dados” que serão posteriormente analisados, disse à Lusa o presidente do instituto, Bruno Soares Gonçalves.

A experiência cujo resultado foi anunciado terça-feira última,8, aconteceu em finais do ano passado e faz parte de uma campanha de ensaios promovida pelo consórcio europeu Eurofusion e que, segundo Bruno Soares Gonçalves, “ajuda a preparar o ITER” com dados “bastante consistentes”.

Para o coordenador do programa do consórcio Eurofusion, Tony Donné, citado em comunicado, está-se “no caminho certo para um futuro movido a energia de fusão”. “Se conseguimos manter a fusão por cinco segundos, podemos vir a fazê-lo por cinco minutos e depois por cinco horas, à medida que ampliamos a escala da nossa operação em máquinas futuras”, afirmou.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1055 de 16 de Fevereiro de 2022. 

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Autoria:Expresso das Ilhas,19 fev 2022 6:14

Editado porFretson Rocha  em  19 fev 2022 6:14

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