Cientistas “ressuscitam” células de olho humano horas após morte cerebral

PorExpresso das Ilhas,16 mai 2022 7:53

Cientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, “ressuscitaram” células fotossensíveis dos olhos - nomeadamente, cones e bastonetes - horas após a morte, indicando que é possível suster o funcionamento dos neurónios mesmo depois de ser declarado o óbito, reporta um artigo publicado pelo jornal Metrópoles.

Para efeitos daquela pesquisa, os cientistas utilizaram uma tecnologia capaz de restaurar oxigénio e nutrientes aos olhos 20 minutos após terem sido removidos do doador.

Sendo que as células fotossensíveis reagiram à luz forte, colorida e a feixes fracos até cinco horas depois da morte. Mais ainda, comunicaram entre si.

Ora os cones e bastonetes transformam a luz em impulsos nervosos, explica o jornal Metrópoles, e a informação de seguida transportada até ao cérebro para interpretação.

No decorrer da experiência, os investigadores conseguiram intercetar a emissão de sinais eléctricos das células e actividade sincronizada entre neurónios. Tratando-se da primeira vez que um órgão de uma pessoa morta reage a esse género de estímulo após o óbito.

Os tecidos do cérebro continuam a ser um tremendo desafio para a ciência e medicina. Como tal, o transplante de cérebro ainda não é uma opção. Pois se os neurónios cessam o seu funcionamento não podem ser “reanimados”.

De acordo com o novo estudo, a descoberta pode "levantar questões sobre o carácter irreversível da morte das células neurais e prover novos caminhos para a reabilitação visual".

Agora, os cientistas esperam que compreendendo de que forma certos tecidos do sistema nervoso operam com a carência de oxigénio e nutrientes após a morte, seja então possível recuperar algumas funções cerebrais e, inclusive, reverter casos de morte cerebral.

"Já que a retina faz parte do sistema nervoso central, a restauração dos sinais eléctricos neste estudo levanta o questionamento se a morte cerebral, como é definida hoje, é realmente irreversível", disseram os autores da pesquisa.

O estudo inédito foi originalmente divulgado na revista científica Nature.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas,16 mai 2022 7:53

Editado porAndre Amaral  em  16 mai 2022 7:53

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.