O Evento Pluviano Carniano: quando choveu durante dois milhões de anos na Terra

PorExpresso das Ilhas,9 abr 2023 8:12

O período terá levado à extinção se imensas espécies animais, mas impulsionou a maior diversidade dos dinossauros.

Nas décadas de 1970 e 1980, os geólogos descobriram camadas estranhas em rochas antigas, com entre quatro e 232 milhões de anos. As descobertas sugerem que há cerca de 232 milhões de anos, um período de enorme seca na Terra chegou ao fim e finalmente começou a chover.

Os depósitos de arenito e siliclástico indicam que, logo no início da era dos dinossauros, houve um período anormalmente húmido que durou entre um e dois milhões de anos, relata o IFLScience, citado pelo zap.aeiou.pt.

Este período, conhecido como o Evento Pluviano Carniano, deixou vestígios pelas rochas de todo o mundo. A mudança climática terá sido causada por um grande aumento na humidade, possivelmente devido a uma enorme erupção vulcânica na Grande Província Ígnea de Wrangellia.

Na altura, a Pangeia – o supercontinente da Terra – já tinha um clima propenso a monções, que ocorrem quando o ar húmido do mar é empurrado pelos ventos para a terra, onde arrefece rapidamente e gera grandes chuvadas repentinas.

A erupção vulcânica terá emitido uma enorme quantidade de gases com efeitos de estufa e as águas do mar terão sido tão quentes como sopa. Todo este calor terá gerado mais vapor de água e deixado o ar mais húmido, o que levou a que as monções fossem ainda mais intensas do que o normal.

Toda esta humidade não era boa para a vida, tendo várias espécies sido extinguidas devido às chuvas ácidas misturadas com os gases emitidos pelo vulcão, que eliminaram a vegetação e a fonte de alimento para os animais.

No entanto, nem todos os animais foram prejudicados. De acordo com um estudo de 2018 publicado na Journal of Geological Society, os dinossauros beneficiaram imenso com esta mudança climática.

“Na sequência de amplas extinções de plantas e herbívoros importantes em terra, os dinossauros foram aparentemente os principais beneficiários no momento da recuperação, expandindo-se rapidamente em diversidade, impacto ecológico (abundância relativa) e distribuição regional, inicialmente da América do Sul, para todos os continentes”, escrevem os autores, citados pela mesma fonte. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1114 de 5 de Abril de 2023.

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Autoria:Expresso das Ilhas,9 abr 2023 8:12

Editado porFretson Rocha  em  9 abr 2023 8:12

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