Não, Cleópatra não era belíssima: algumas ideias erradas sobre o Antigo Egipto

PorExpresso das Ilhas,16 mai 2023 8:40

Especialistas esclarecem equívoco atrás de equívoco, sobre uma das fases mais conhecidas da História.

É uma das fases mais conhecidas – e que tem mais admiradores – de toda a História da humanidade.

Mas há muitas ideias que temos sobre o Antigo Egipto que, afinal, estão erradas.

Alguns especialistas esclareceram no Business Insider equívocos após equívocos sobre essa era. Porque uma mentira contada muitas vezes não tem de passar a ser verdade.

As pirâmides não foram construídas por escravos. Aquelas cenas de filmes ou séries que mostram escravos a trabalhar nas (então) novas pirâmides… Não correspondem à realidade. Arqueólogos asseguram que a construção foi feita por pessoas livres, que pagavam os seus impostos em serviços como este, não em dinheiro.

Não pensavam que a múmia do faraó poderia ressuscitar. Essa crença pode fazer parte de filmes, mas, na vida real, os antigos egípcios não acreditavam muito nisso. Mas acreditavam que os mortos podiam afectar os vivos – por exemplo, se o corpo de alguém fosse maltratado após a morte, ou se esse falecido não teve direito a funeral, os seus familiares sofreriam consequências.

Os sacrifícios humanos não eram comuns. Um servo não era enterrado vivo para que o seu faraó o pudesse acompanhar até ao momento da morte. Se aconteceu, foi um ritual muito passageiro, durou “apenas” 400 anos.

As pirâmides não tinham armadilhas lá dentro. Sim, foram descobertos poços que iam directamente para as câmaras reais; mas não eram armadilhas, até deveriam servir para desviar água de chuvas fortes.

Também não havia labirintos dentro das pirâmides. Sistema completo de corredores não é sinónimo obrigatório de labirinto.

O faraó não amaldiçoava os vivos. Já foram produzidos – e provavelmente continuarão a ser produzidos – filmes sobre alguém que espreita a tumba de um faraó e que vê acontecimentos futuros terríveis na sua vida; mas não há evidências arqueológicas que apontem para isso.

Comer partes da carne de uma múmia não dá propriedades místicas à nossa saúde. Uma “moda” nos tempos vitorianos e até havia pó de múmia em catálogos de algumas farmácias na Alemanha. Mas comer múmias não trouxe vantagens à saúde, não. Aqui há um contexto: no século XII um médico árabe escreveu sobre as vantagens de uma resina chamada mūmiyā – que era mesmo o nome do remédio, não significava “múmia”.

Cleópatra não era linda de morrer. Não há evidências científicas que apontem para rainha extraordinariamente bela. Mito. Provavelmente inserido na propaganda do Império Romano.

Heródoto não foi o responsável por muitos destes equívocos. O historiador grego realmente esteve no Egipto e estudou o Antigo Egipto, tendo escrito um livro extremamente influente neste assunto – e a maioria da sua obra é consistente, com bases verídicas, não escreveu invenção atrás de invenção.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1119 de 10 de Maio de 2023.

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Autoria:Expresso das Ilhas,16 mai 2023 8:40

Editado porAndre Amaral  em  16 mai 2023 8:40

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