A experiência é apresentada num artigo publicado esta quinta-feira da revista Cell e, segundo os cientistas, permite gerar modelos de macaco mais precisos para estudar doenças neurológicas.
Até agora, a metodologia usada só tinha sido testada em ratos.
Os autores do estudo, investigadores da Academia de Ciências da China, estabeleceram nove linhas de células estaminais (células que têm a capacidade de dar origem às células especializadas) usando células retiradas de blastocistos (células embrionárias) com sete dias. Posteriormente, os investigadores colocaram as linhas celulares em cultura para aumentar a sua capacidade de diferenciação noutras células e realizaram uma série de testes para confirmar se tinham capacidade de se diferenciar nos tipos de células necessárias para gerar um animal vivo.
As células estaminais foram então marcadas com uma proteína fluorescente verde para que os cientistas pudessem determinar quais os tecidos que cresceram a partir delas nos animais que se desenvolveram e sobreviveram.
Este não é o primeiro macaco que nasce da fusão de múltiplos óvulos fertilizados, mas é o que até agora regista maior quimerismo – condição genética rara, que pode ocorrer naturalmente, que determina que um indivíduo possua dois tipos distintos de DNA em seu corpo.
No caso do macaco concebido no corrente estudo, a percentagem de células estaminais em diferentes tecidos variou entre os 21 e os 92% – percentagem que foi encontrada no tecido cerebral do animal.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1146 de 15 de Novembro de 2023.