No cerne do Design Thinking está a capacidade de entender profundamente as necessidades do utilizador. Como já disse Henry Ford, “Se eu tivesse perguntado às pessoas o que elas queriam, teriam dito cavalos mais rápidos.” Este pensamento resume a essência do Design Thinking: não se trata apenas de melhorar o que já existe, mas de criar algo verdadeiramente novo que as pessoas ainda nem sabem que precisam.
O processo começa com a inspiração, onde se investiga o problema a partir da perspetiva do utilizador. O objetivo é observar e compreender as suas emoções, comportamentos e motivações. Este mergulho profundo na realidade do utilizador revela insights ocultos que se tornam a base para a ideação — a fase em que ideias são geradas sem julgamentos, criando um ambiente seguro para que a criatividade floresça. O foco aqui é a quantidade e a qualidade, acreditando que é necessário passar por várias “ideias menos eficazes “ para chegar às grandes inovações.
Seguindo a fase de ideação, entra-se na implementação, onde se transforma a melhor ideia num protótipo mínimo viável (MVP). Este MVP é rapidamente testado com utilizadores reais, recolhendo feedback valioso que permite refinar e aprimorar a solução. Esta abordagem iterativa minimiza o risco, ao mesmo tempo que maximiza o aprendizado, assegurando que a solução final seja verdadeiramente alinhada com as necessidades dos utilizadores.
O Design Thinking destaca-se por ser um processo que não busca respostas imediatas, mas sim um aprendizado contínuo. Ao invés de tentar acertar à primeira, o objetivo é aprender o mais rápido possível, aplicando esse conhecimento para chegar a soluções que realmente satisfaçam os utilizadores. Como afirmou Albert Einstein, “Não podemos resolver os problemas com a mesma mentalidade que os criou.” O Design Thinking oferece exatamente essa nova mentalidade — uma forma de pensar diferente, focada em criar valor real e duradouro.
Em suma, o Design Thinking é a arte de transformar ideias em soluções tangíveis que impactam positivamente a vida das pessoas. Ele desafia as suposições, incentiva a colaboração, e coloca a inovação ao alcance de todos. Num mundo em constante mudança, esta abordagem não é apenas relevante, é essencial para qualquer organização que deseja liderar com propósito e criatividade.
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Hernídia Tavares, Mestre em Ciências de Inovação Criatividade e Liderança, Bayes, Business School – City University of London
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1184 de 7 de Agosto de 2024.