Primeiro veio a doença, a dor. Depois a coragem para a enfrentar de cabeça erguida e, finalmente, partilhar a sua experiência com milhares de pessoas. E é na forma como essa partilha é feita que Marine Antunes, 28 anos, escolheu fazer diferente. Em vez de drama, escolheu a comédia, o humor, o riso, a leveza.
A experiência tem já alguns anos e resultou em dois livros (“Cancro com Humor”, de 2013, e “Cancro com Humor 2”, de 2017) onde utiliza o humor e o optimismo para contar a sua história. Uma história que começou quando aos 13 anos descobriu que tinha um linfoma, cancro de sangue. Através dos livros, assim como nas palestras, procura “desmistificar uma doença que temos tanto medo e provar que o humor e o amor são a maior arma de superação.”
“Utilizo o humor como ferramenta de comunicação oral e escrita para partilhar a minha história. Faço-o porque defendo o humor não só como uma arma de superação mas, também, como a forma mais atractiva de desmistificar esta doença. Em Portugal, não existe mais nenhuma acção do género - as palestras, os livros, as partilhas e acções têm sido inovadoras e verdadeiramente inspiradoras, não só pelo meu testemunho enquanto sobrevivente mas também enquanto cuidadora que fui - o meu namorado faleceu de cancro em 2015”, conta Marine.
Embaixadora da Campanha Cancro Sem Tabus da Liga Portuguesa contra o Cancro, para além das palestras com as quais percorre Portugal e dos dois livros, escreve crónicas para um jornal e para uma revista, e pontualmente comenta em programas de televisão.
Depois de em 2016 ter estado no Brasil, Marine está agora em Cabo Verde onde irá participar, ao lado de Teté Alhinho, na gala musical que o projecto Criolas Contra o Câncer irá realizar no próximo dia 06 de Abril, na Assembleia Nacional.
Na segunda-feira, 26, apresentou duas palestras em escolas e na tarde de ontem outra no Cinema da Praia, estando já agendadas outras apresentações, inclusive em Mindelo.
Encantada com a recepção que está a ter no nosso país, Marine escreve na sua página online: “Sabia que haveria de ser feliz em Cabo Verde que, certamente, me identificaria com a energia, o humor, a alegria tão típica de cá mas juro que nunca pensei que fosse tanto assim. Obrigada pelos abraços, pelas tantas perguntas, pelos mimos, pelos risos, por me fazerem sentir em casa! Obrigada pelo sucesso que está a ter o livro!”