Ébola: Taxa de mortalidade acima dos 50%

PorExpresso das Ilhas,26 ago 2014 0:00

O Ébola já provocou mais de 1200 mortos nos três países afectados pela epidemia. Fugitivos do centro de quarentena foram entretanto encontrados no dia em que a Guiné-Bissau proibiu cerimónias públicas.

 

Há já 1229 mortos devido ao surto de ébola na África Ocidental, e o número de pessoas infectadas conhecidas é de 2240, o que confirma a mortalidade de cerca de 50%, segundo o mais recente balanço feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Mas há cerca de um milhão de pessoas de quarentena na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa que é preciso alimentar. A OMS diz estar a trabalhar com o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas para canalizar alimentos para todas estas pessoas, que vivem em aldeias que foram fechadas para tentar conter o vírus – um método que poderá parecer primitivo mas é o mais eficaz para conter uma infecção para a qual não existe outro tratamento disponível.

“Garantir o fornecimento regular de alimentos é um argumento poderoso para limitar os movimentos da população”, explica a OMS em comunicado. As áreas de quarentena incluem cidades seriamente afectadas como Gueckedou na Guiné-Conacri, Kenema e Kailahun na Serra Leoa e Foya na Libéria.

A Nigéria, o país mais populoso de África, parece estar a conseguir conter o surto, mas a Serra Leoa e a Libéria estão a ter grandes dificuldades. Foi na Libéria, aliás, que houve mais mortes entre 14 e 16 de Agosto – 53 mortos e 48 novos casos (num total de 834 casos e 466 mortos).

 

Ataque a centro de tratamento

Pelo menos 17 doentes infectados com o vírus do ébola fugiram de um centro de tratamento na Libéria, depois de um ataque às instalações por um grupo de homens armados.

“Destruíram as portas e roubaram tudo. Os doentes fugiram todos”, afirmou Rebecca Wesseh, que testemunhou o ataque a um centro de quarentena, à France Press.

O assalto ocorreu pouco depois de o Quénia fechar as suas fronteiras aos visitantes oriundos da Libéria, Guiné e da Serra Leoa devido aos medos do contágio.

A companhia Kenya Airways suspendeu na quarta-feira os seus voos para Monróvia, a capital da Libéria, e Freetown, a capital da Serra Leoa.

Entretanto, os 17 fugitivos foram encontrados nesta terça-feira, depois de as autoridades os terem dado como desaparecidos na segunda-feira. As autoridades não indicaram, no entanto, o local em que estavam. O governo tencionava pôr de quarentena uma comunidade de 75 mil pessoas, por ser o local para onde supunha que estas pessoas teriam fugido.

 

Guiné proíbe cerimónias públicas

A Guiné-Bissau também já anunciou medidas preventivas com o objectivo de impedir a entrada da doença no país, com os ministérios da Saúde e Administração Interna a difundirem um despacho conjunto que proíbe várias cerimónias públicas e impõe maior controlo da água para consumo, no âmbito do programa de prevenção do ébola lançado pelo governo.

Assim, fica interdita «a realização de actos que acarretam a aglomeração de elevado número de pessoas», tais como o «fanado», cerimónia animista de iniciação na vida adulta, o «toca-tchoro», reunião de familiares e amigos para velar um morto, o «gâmo», ritual de oração islâmico, e «lumos», feiras populares realizadas nas ruas das povoações.

Baptizados, piqueniques e outras actividades não especificadas são igualmente proibidas “até comunicação em contrário”, de acordo com o despacho datado de 13 de Agosto, mas difundido hoje em órgãos de comunicação social como a Radiodifusão Nacional (RDN) da Guiné-Bissau.

A intenção de impedir aglomerados de população para evitar a importação de algum caso de Ébola para o país e eventual contágio já tinha sido anunciada na última semana pelo primeiro-ministro e torna-se agora efectiva com a divulgação do despacho dos dois ministérios.

O documento proíbe ainda actividades em que «são manipulados e consumidos alimentos de diversa proveniência e propensos a contactos humanos vários».

Noutro ponto, determina-se que «as unidades de empacotamento e venda de água potável» só o poderão continuar a fazer mediante o «controlo e acompanhamento» do Laboratório Nacional de Saúde Pública.

«Eventuais desrespeitos às orientações emanadas merecerão a devida resposta por parte das autoridades competentes que mais não visam do que proteger a saúde das populações», conclui o despacho.

O programa de emergência sanitária anunciado na última semana pelo governo da Guiné-Bissau incluiu ainda o encerramento das fronteiras com a Guiné-Conacri e a preparação de salas de algumas unidades de saúde para o eventual isolamento de algum caso suspeito de Ébola.

 

 

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas,26 ago 2014 0:00

Editado porExpresso das Ilhas  em  31 dez 1969 23:00

pub.
pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.