Dois anos após os ataques em Paris continuam detidos 13 suspeitos

PorExpresso das Ilhas,13 nov 2017 7:15

Dois anos depois dos atentados jihadistas que mataram 130 pessoas em Paris, incluindo no teatro Bataclan, as autoridades francesas detiveram 13 suspeitos dos piores ataques em solo francês desde a II Guerra Mundial, mas ainda procuram outros envolvidos.

 

O chefe da procuradoria antiterrorismo de França, François Molins, recordou - em entrevista divulgada na sexta-feira - que as autoridades identificaram 13 suspeitos de envolvimento nos ataques de 13 de Novembro de 2015, na sequência dos quais também morreram 13 terroristas.

Destes 13 suspeitos, cinco estão detidos na Bélgica, um na Turquia e seis em França, incluindo Salah Abdeslam, o único sobrevivente do comando que organizou e realizou os atentados, nos quais, além das 130 pessoas que foram assassinadas, mais de 400 ficaram feridos.

"Os juízes esperam fechar a instrução na primavera de 2019. (...) Fomos confrontados com uma célula terrorista de uma amplitude inédita", declarou François Molins à France Info, referindo que se trata de um processo "tentacular" com mais de 28 mil testemunhos verbais.

Para o procurador, a derrota do grupo jihadista Estado Islâmico na Síria e no Iraque traz pontos positivos para as investigações, já que os ex-combatentes apanhados nas zonas de conflito constituem fontes de informação adicionais.

Os atentados terroristas de 13 de Novembro, em Paris e nos arredores, começaram perto das 21:20, hora local, quando um bombista suicida foi impedido de entrar no Stade de France, em Saint-Denis. O Presidente francês na altura, François Hollande, era uma das cerca de 80 mil pessoas dentro do estádio a assistir a um encontro entre as selecções francesa e alemã.

Quando foi parado pela segurança, o terrorista fez explodir o cinturão-bomba (com pregos e rolamentos de aço) que trazia, matando uma pessoa. A explosão foi audível, mas o jogo continuou.

Às 21:25 um grupo de terroristas armados lançou uma série de ataques a locais nocturnos movimentados na capital.

O primeiro foi o bar Le Carillon, na rua Alibert. Um atirador disparou contra os clientes com espingardas automáticas de assalto AK-47, seguindo depois para o restaurante Le Petit Cambodge, na rua Bichat. Este ataque fez 15 mortos em poucos minutos, bem como dezenas de feridos.

Minutos depois, às 21:30, um segundo bombista suicida atacou o Stade de France, detonando o cinturão de explosivos perto de outra entrada, mas sem causar vítimas. O jogo continuou, mas Hollande foi retirado do estádio, uma vez que, por essa altura, era já evidente que se tratava de um atentado terrorista.

Os terroristas - agora já a bordo de um Seat Leon preto - dispararam em movimento contra os restaurantes na Rua de la Fontaine au Roi, perto das 21:32. Cinco pessoas morreram e oito ficaram feridas no restaurante italiano La Casa Nostra, no Café Bonne Bière, e numa lavandaria.

Os atiradores atacaram em seguida o La Belle Équipe, um restaurante na Rua de Charonne, já perto das 21:36. A esplanada estava cheia de clientes e os terroristas mataram ali 19 pessoas, ferindo com gravidade outros nove.

Às 21:40, no Boulevard Voltaire, a poucos quarteirões do La Belle Équipe, um bombista suicida detonou os seus explosivos à entrada do café Comptoir Voltaire, ferindo uma pessoa.

Ao mesmo tempo, na outra ponta do Boulevard Voltaire, estava já em curso o ataque mais mortífero da noite: na sala de espectáculos Bataclan.

A banda norte-americana Eagles of Death Metal estava a tocar para uma assistência de cerca de 1.500 pessoas quando três atiradores entraram no local e dispararam sobre o público, entre gritos de "Alahu akbar" ("Deus é grande" em árabe). Os terroristas ocuparam o local durante duas horas, matando reféns indiscriminadamente.

Cerca das 00:20 as forças especiais francesas entraram no edifício: dois dos terroristas fizeram detonar os coletes de explosivos e o terceiro rebentou com o impacto das balas da polícia. No final, pelo menos 89 pessoas tinham morrido no Bataclan.

Enquanto isso, os 80 mil espectadores do Stade de France continuavam a assistir ao jogo, muitos deles já conscientes dos ataques no exterior. Às 21:53 um terceiro bombista suicida detonou uma outra bomba à porta de um McDonald's perto do estádio.

O jogo terminou perto das 23:00, com a vitória de França por 2-0. A organização tinha decidido o jogo continuar até final para evitar o pânico entre a multidão. Muitos adeptos entraram para o terreno de jogo no final enquanto outros, nos corredores, entoaram o hino nacional francês, A Marselhesa. A organização apenas deixou as pessoas sair perto das 23:30.

 

 

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Autoria:Expresso das Ilhas,13 nov 2017 7:15

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  13 nov 2017 8:25

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