Esta foi a principal conclusão do encontro, ocorrido hoje em Ajaccio, entre o presidente do Conselho Executivo da Córsega, o autonomista Gilles Simeoni, e pelo presidente da Assembleia, o independentista Jean-Guy Talamoni, com a ministra francesa Jacqueline Gourault
A governante mostrou-se evasiva perante os meios de comunicação social e não quis falar do assunto, mas os dois responsáveis corsos mostraram-se satisfeitos com este primeiro contacto com a representante do Presidente francês, Emmanuel Macron, após assumirem os cargos, na terça-feira.
"Vamos trabalhar sobre a revisão constitucional e sobre a forma de ter em conta as exigências da Córsega nesta revisão constitucional", afirmou Talamoni.
"Estamos claramente num desbloqueio da questão constitucional, o que não é mau e é um bom sinal", acrescentou.
No mesmo sentido, Simeoni assinalou que juntos tinham estabelecido "a necessidade de marcar o diálogo na perspectiva da revisão constitucional que está prevista".
A coligação nacionalista Pè a Corsica (Pela Córsega), liderada por Simeoni e Talamoni, conseguiu 56,5% dos votos na segunda volta das eleições regionais de 10 de dezembro, o que se traduziu em 41 dos 63 lugares na assembleia regional.
As suas principais reivindicações a Paris são um estatuto co-oficial da língua corsa, a criação de um estatuto de residente na ilha, com prioridade por exemplo no acesso à propriedade, a transparência de competências fiscais e uma revisão da situação dos independentistas detidos por terem participado no passado em acções terroristas.
O objectivo é alcançar o estatuto de autonomia no prazo de três anos, de forma a que se possa aplicar num horizonte de dez anos.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, que no próximo dia 22 deve receber em Paris Simeoni e Talamoni, tem-se mostrado muito reticente em relação aos pedidos dos nacionalistas. Em Dezembro, afirmou que estes teriam de se conformar com o "quadro constitucional".