O antigo professor morreu no dia 22 de Março, aos 107 anos, mas a informação só foi divulgada agora pelo senado holandês.
Durante a II Guerra Mundial, este filho de estofador viu-se a braços com o fim do financiamento à escola onde leccionava. Sem baixar os braços, com a ajuda de alguns pais, manteve a escola de portas abertas e tornou-se director da mesma.
Apercebendo-se do drama que o rodeava e incitado pela directora de uma creche perto da escola, Henriëte Pimentel (que acabaria por ser presa e morta, em Auschwitz), Hulst ajudou a montar um esquema que permitiu salvar centenas de crianças judias, separadas dos pais, e presas num antigo teatro em frente à escola, que tinham como destino os campos de concentração geridos pela Alemanha de Hitler. Para isso, contavam com o apoio do director do centro de deportação, um SS de origem judia, Walter Süskind,
O esquema incluía inflaccionar o registo de crianças que chegavam ao centro: por exemplo, se chegassem 60, eram registadas 75, permitindo salvar 15. As crianças resgatadas eram escondidas em pontos estratégicos.
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, acabou por integrar o senado holandês pelo Partido Democrata Cristão, lugar que ocupou durante 25 anos. Foi membro do Parlamento Europeu de 1961 até 1968.