Paulo Reis, responsável pela AOMA, declarou à agência Lusa que “claramente não há lugares suficientes para cobrir a procura”, por parte da operadora aérea, a par do facto de no sector das operadoras marítimo-turísticas as pessoas “normalmente marcarem as férias com antecedência”.
De acordo com o operador, tem havido queixas das agências de viagens que tentam marcar grupos, mas não conseguem, procedendo ao cancelamento das reservas porque, por exemplo, necessitam de oito lugares na SATA e só conseguem seis, o que "gera consequências”.
“O turismo está a mudar. Há sectores que estão a crescer, o que saudamos, mas ao crescerem estes novos sectores isto significa que os previamente existentes não conseguem ter a quantidade de clientes desejada para fazer face às despesas e suas actividades”, declarou o presidente da AOMA.
No caso específico do turismo subaquático, em que, por exemplo, Santa Maria tem maior expressão no verão, Paulo Reis, empresário do ramo, aponta para quebras de 50%.
O responsável afirma que o modelo de reencaminhamentos aéreos nos Açores “simplesmente não funciona, porque não há lugares e agência nenhuma quer trabalhar com este sistema porque, se algo correr mal, há que arcar com as despesas”.
A ilha de Santa Maria tem vindo a afirmar-se como um "destino de eleição" para mergulhar com jamantas, em alternativa às Maldivas e outras áreas do planeta.
Paulo Reis considera que os Açores "estão definitivamente" na rota das jamantas, que passam o inverno em Cabo Verde, a avaliar pelos animais sinalizados pela Universidade dos Açores, e ficam o verão nos Açores, onde chegam normalmente no mês de junho e início de julho.
O banco de pesca do Ambrósio é o local onde estas aparecem, sendo “muito raro” o dia em que se lá vai e não se mergulha com com jamantas, adianta.
Face aos “menos voos e menor acessibilidade” nas ilhas de Santa Maria, Faial, Pico e Flores, Paulo Reis refere que já não é possível salvar o verão.
O dirigente da AOMA deixa, contudo, a necessidade de o grupo SATA começar a trabalhar já a operação de 2019, sustentando que os mercados americano e europeu agendam férias com “muita antecedência”.
Apesar de reconhecer o esforço de realizar voos de reforço por parte da operadora aérea, o empresário recorda que estes são anunciados com um mês de antecedência ou 15 dias, o que “não serve absolutamente para nada” na sua atividade.