Os fundamentos do acordo continuam a ser respeitados por Teerão e a AIEA teve acesso "a todos os complexos e locais no Irão que desejava" inspeccionar, salientou hoje a agência num relatório.
A divulgação do relatório ocorre numa altura em que o futuro do acordo é incerto devido à decisão dos Estados Unidos em maio de se retirar do mesmo e de impor novamente sanções ao regime iraniano.
A agência das Nações Unidas sublinha uma vez mais a importância de "uma cooperação proactiva e em tempo oportuno" da parte do Irão.
A AIEA indica ainda que os 'stocks' iranianos de urânio de baixo enriquecimento e de água pesada aumentaram ligeiramente desde o último relatório em maio, mantendo-se nos limites estabelecidos no acordo de 2015.
Assinala igualmente que Teerão mantém limitado o número de centrifugadoras activas, utilizadas para o enriquecimento de urânio.
O acordo nuclear de 2015 assinado entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China -- mais a Alemanha) impõe limitações por um período de entre 10 a 25 anos ao programa atómico de Teerão em troca do levantamento de sanções ao país.
As primeiras sanções norte-americanas, lançadas no início de Agosto e relativas ao sector financeiro e comercial, serão seguidas em Novembro por outras, que afectarão o sector petrolífero e de gás.
O guia supremo iraniano, o 'ayatollah' Ali Khamenei, reafirmou na quarta-feira que Teerão não hesitará em abandonar o acordo se este "deixar de proteger os interesses nacionais".