Os confrontos tiveram início na noite de sexta-feira (18) quando um grupo de homens munidos de armas invadiu o templo de Rattanaupap, no distrito de Sungai Padi, próximo à fronteira com a Malásia.
Conforme a agência France Presse, o director dos serviços policiais de Sungai Padi, coronel Pakdi Preechachon, informou aos jornalistas que no ataque foram usados fuzis e resultou na morte de dois monges.
Uma semana antes, na mesma região deste país do sudeste asiático, tinha sido morto um imã (líder religioso muçulmano), informou ainda a polícia sem no entanto relacionar directamente os dois acontecimentos.
O chefe da junta militar que governa a Tailândia desde de 2014, já veio a público condenar os ataques. Prayut Chan-O-Cha exigiu que os responsáveis pelo mesmo fossem punidos e prometeu ainda que o seu governo tudo faria para proteger o país e a sua população.
Como medidas preventivas, e de modo a evitar retaliações, as autoridades vão implementar medidas de segurança extraordinárias para os dirigentes da comunidade muçulmana da região. Também, monges budistas estão a ser aconselhados a não pedir esmolas nos territórios do sul de modo a evitarem expor-se ao perigo, informa a France Presse.
País maioritariamente budista, desde 2004 a Tailândia vive uma insurreição separatista em várias províncias de maioria muçulmana, na fronteira com a Malásia. Até ao momento o conflito resultou em cerca de 7 mil mortos, a maioria civis.
Em Janeiro de 2018 a rebelião separatista muçulmana provocou a explosão de uma bomba num mercado da região sul resultando em três mortos e mais de 20 feridos. Em 2017 os conflitos provocados pelos separatistas causaram um total de 235 mortes. Um número inferior aos dos anos anteriores.
Na origem deste conflito, que pouca atenção tem da imprensa mundial, está a política de assimilação de muçulmanos indígenas levada a cabo pelas autoridades tailandesas que no início do século xx anexaram essa região antes pertencente à Malásia.
A escalada de violência dos últimos dias, com dois ataques só na sexta-feira, já fez pelo menos quatro feridos e um morto, este entre os separatistas. A 10 de Janeiro quatro soldados do exército foram mortos junto a uma escola.
O ano de 2019 iniciou com uma declaração do maior grupo rebelde, o Barisan Revolusi Nasional (BRN), a prometer continuar a luta.