Em 500 deputados votaram 384, sendo 374 votos favoráveis à nomeação de Jeanine Mabunda para presidente da Assembleia Nacional da República Democrática do Congo (RDC).
A eleita era a única candidata, depois de a candidatura do seu opositor Henry Thomas Lokondo ter sido invalidada. Mabunda torna-se na primeira mulher a ocupar tal posição no ex-Zaire, substituindo no cargo Aubin Minaku.
Mabunda foi indicada para concorrer ao cargo pelo ex-presidente Jospeh Kabila, de quem foi consultora, e conforme o jornal congolês Povo News o partido do actual presidente,Felix Tshikedi, apoiou a sua eleição.
A presidente da Assembleia Nacional eleita tem uma reconhecida carreira no seu país, tendo trabalhado no Banco Central, onde dirigia o Fundo de Promoção à Industria, e ocupado o cargo de ministra. Posteriormente, Joseph Kabila escolheu-a para conselheira na luta contra a violência sexual sobre as mulheres.
A RDC já teve 19 presidentes de Assembleia Nacional desde a tomada de independência em 1960. Mabunda, nascida em 1965, será a primeira mulher e a 20ª pessoa nesse cargo.
A carreira política em África continua a ser dominada pelos homens, com as mulheres que ingressam por essa área a enfrentarem terreno ardiloso. Ainda assim, em anos recentes algumas mulheres conseguiram chegar a lugares de topo. É o caso da ex-presidente da Liberia, Ellen Johnson Sirleaf; da ex-presidente do Malawi, Joyce Banda; da presidente das Maurícias, Ameenah Gurib-Fakim e da ex-presidente interina da República Centro-Africana, Catherine Samba-Panza.
Há ainda a vice-presidente da Gambia, Aja Fatoumata; a ex-vice presidente do Zimbabué, Joice Teurai Mujuru; Proscovia Alengot Oromait, que aos 19 anos tornou-se a mais jovem pessoa em África a ser eleita membro do Parlamento do Uganda ou Lindiwe Mazibuko, jovem ex-líder parlamentar do partido Aliança Democrática da África do Sul, apontadas por várias publicações como as mais interessantes líderes femininas da cena política africana.
Em Junho de 2017 foi criada a African Women Leaders Network, uma plataforma com o objectivo de promover e impulsionar lideranças femininas na política africana.