“Estamos preocupados com o risco de que o acordo não seja cumprido, sob a pressão das sanções impostas pelos Estados Unidos e após a decisão do Irão de não aplicar mais várias das normas centrais do acordo”, refere o texto comum, distribuído pela Presidência francesa.
“Os nossos três países estão profundamente preocupados com os ataques a que se assistiu no Golfo Pérsico e com a deterioração da segurança na região. Acreditamos que chegou o momento de agir de maneira responsável, e de encontrar formas de parar a escalada de tensão e retomar o diálogo”.
França, Reino Unido e Alemanha apelam a todas as partes interessadas para que analisem “as possíveis consequências das suas acções”.
“São urgentemente necessários sinais de boa vontade, de todas as partes”, lê-se no comunicado conjunto.
O Irão começou a ultrapassar os limites do enriquecimento de urânio, como resposta à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar os Estados Unidos do acordo nuclear, no ano passado.
O acordo de 2015 foi assinado pelo Reino Unido, Alemanha, França, União Europeia, Estados Unidos, Irão, China e Rússia.
Trump também impôs sanções duras às exportações de petróleo do Irão, agravando a crise económica que fez com que a sua moeda caísse drasticamente.
Num telegrama publicado hoje pelo Mail on Sunday (Sunday Mail), o ex-embaixador do Reino Unido nos Estados Unidos, Kim Darroch, disse que o Presidente Donald Trump abandonou o acordo nuclear com o Irão como um acto de “vandalismo diplomático”, para ofender o seu antecessor, o Presidente Barack Obama.
Darroch renunciou na semana passada ao cargo, depois de o jornal publicar outros telegramas diplomáticos relacionados com os Estados Unidos.
A Casa Branca respondeu recusando-se a lidar com o embaixador.
Entretanto, o Presidente do Irão, Hassan Rouhani, disse este domingo que o país está pronto para negociar com os Estados Unidos se Washington levantar as sanções económicas.
Na sua página oficial, o líder iraniano é citado dizendo: “Quando pararem com as sanções e o assédio, estamos prontos para negociar”.
As tensões na região do Golfo intensificaram-se desde que os Estados Unidos se retiraram, em maio de 2018, do acordo nuclear assinado entre o Irão e as grandes potências em 2015 e repuseram também sanções sobre as exportações de petróleo de Teerão, exacerbando uma crise económica que fez afundar a moeda.
Concluído após anos de esforços diplomáticos, o acordo de Viena de 2015 previa uma limitação do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país.