“Precisamos de mulheres em posições de poder para falar por todas as mulheres, mas particularmente pelas mulheres marginalizadas, pelas mulheres pobres, pelas mulheres que de outra forma não têm uma plataforma tão forte e uma voz tão poderosa”, disse a antiga primeira-dama dos EUA, no fórum organizado pela Women Political Leaders.
O Fórum Global de Reiquejavique acontece pelo terceiro ano consecutivo, até quarta-feira, e reúne nesta edição, que decorre virtualmente, mais de 800 mulheres presidentes, vice-presidentes, congressistas e directoras de organizações que lutam diariamente pela igualdade para discutir os desafios políticos e sociais do futuro.
Além da norte-americana, a jornada de abertura do Fórum contou com a participação de destacadas líderes mundiais, tais como a directora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, e a primeira-ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, entre outras.
Clinton discursou sobre o papel das mulheres na política, um avanço que considerou “muito necessário” para alcançar a igualdade e destacou o triunfo de Kamala Harris nas recentes eleições dos EUA, que a converteu na primeira mulher vice-presidente do seu país.
Ainda assim, a ex-secretária de Estado frisou que ainda há muito trabalho a fazer.
“Temos de continuar a denunciar o sexismo e a misoginia. Sejamos claros: as normas, os valores, os preconceitos profundamente arraigados que, lamentavelmente, continuam a ser tão frequentes continuam a travar as mulheres”, afirmou.
Clinton acredita ainda que o progresso político das mulheres não deve focar-se apenas em estar no poder, uma vez que “algumas mulheres no poder fecham a porta aos direitos e às oportunidades das mulheres”, mas sim em conseguir mulheres “que estejam decididas e comprometidas a aumentar o papel da mulher na família, na comunidade, no governo, nos negócios e na sociedade em geral”.
Todas as líderes mundiais que participaram na jornada de abertura do Fórum coincidiram na opinião de que a liderança das mulheres é vital para a recuperação da crise provocada pela COVID-19, que as afectou social, laboral e economicamente mais do que aos homens.