Segundo o ministro do Iraque, Hassan al-Tamimi, além dos 32 mortos registaram-se ainda 110 feridos em Bagdade, que tem dez milhões de habitantes, e que colocou todo o pessoal médico em alerta máximo.
O ataque foi reivindicado durante a noite de quinta para sexta-feira pelo Estado Islâmico (EI), noticia a agência AFP.
Um primeiro homem accionou o cinto de explosivos que transportava no meio de vendedores e transeuntes num mercado de roupas em segunda mão na Praça Tayaran, explicou o Ministério do Interior.
No momento em que se juntou uma multidão no apoio às vítimas, um segundo homem detonou os explosivos que transportava, acrescentou.
Na praça onde ocorreu o ataque, eram visíveis poças de sangue e pedaços de roupa rasgadas pelas explosões, constatou no local um fotógrafo da AFP.
O presidente do Iraque, Barham Saleh, denunciou no Twitter "tentativas maliciosas de abalar a estabilidade do país".
Já o primeiro-ministro, Moustafa al-Kazimi, anunciou a substituição de altos cargos após um ataque.
O Papa Francisco, que tem visita marcada para o Iraque entre 05 a 08 de Março, manifestou-se "profundamente entristecido" por um "acto insensato de brutalidade".
Estados Unidos, França, União Europeia e a NATO condenaram veementemente esses ataques e apoiaram o Iraque, enquanto o Irão considerou que esses ataques têm como objetivo "perturbar a paz e estabilidade" no Iraque.
Trata-se do primeiro grande atentado no mesmo local nos últimos três anos.
Em 2018, a mesma zona da cidade foi alvo de um ataque extremista logo após o primeiro-ministro Haidar al-Abadi ter declarado vitória na campanha contra o Estado Islâmico, em 2018.
Nos últimos tempos têm ocorrido vários ataques do Estado Islâmico e de outros grupos armados no Iraque.
Milícias armadas são responsáveis por vários ataques contra a presença norte-americana no Iraque, apesar de tréguas alcançadas no passado mês de outubro.
A segurança da embaixada dos Estados Unidos situada na "Zona Verde" (Área de Segurança) em Bagdad foi fortemente reforçada.
O tipo de atentado ocorrido na quinta-feira na capital do Iraque é semelhante a ataques anteriores do Estado Islâmico desde o início da campanha contra o grupo extremista dirigida pelas forças iraquianas e pela coligação liderada pelos Estados Unidos e acontece poucos dias depois de o governo iraquiano ter decretado o adiamento das eleições gerais para o próximo mês de Outubro e que foram marcadas após manifestações de protesto contra a corrupção dos políticos e por melhorias dos serviços públicos.
O Iraque enfrenta uma grave situação económica agravada pela queda do preço do petróleo e que está a levar o país a esgotar a reserva de divisas.
O Banco Central do Iraque desvalorizou o dinar em 20% no ano passado para fazer face ao pagamento de obrigações financeiras.